"O futuro da Humanidade é a sociedade do ócio". Estas palavras de Agostinho da Silva (http://pt.wikipedia.org/wiki/Agostinho_da_silva) ficaram para sempre gravadas na minha memória.
A sociedade do ócio, a sociedade do lazer. A sociedade em que o Ser Humano se dedicará por completo a desenvolver as suas capacidades individuais, que o distinguem como criatura inteligente, consciente e criativa.
A sociedade em que cada um terá o seu sustento assegurado, para se poder dedicar às tarefas que entenda mais proveitosas e aprazíveis. A sociedade em que o indivíduo não tem que «ir trabalhar para ganhar o seu sutento», em que o indivíduo terá toda a liberdade de se envolver nas tarefas que a sua inspiração lhe ditar, por puro prazer e satisfação.
Utopia? Creio que não. Não será viável para já, nem para amanhã. Mas um dia todos alcançarão o nível de consciência que permita a cada um assegurar que os seus iguais tenham tanto e o mesmo que ele próprio. E sem que hajam uns mais iguais que outros.
Mas esse futuro, esse mundo, já se começa a vislumbrar um pouco neste universo novo e debutante do virtual, da rede global que possibilita uma comunicação instantânea de e para os pontos mais longínquos do planeta. Um mundo onde cada um pode construir uma nova identidade, que é uma projecção das suas reais aspirações (porque não condicionadas pela crítica mordaz e castradora do seu núcleo familiar/social) e viver os seus sonhos por intermédio de uma entidade ficcionada, mas psicologicamente real. Porque a nossa realidade psicológica não é a mesma que a nossa realidade física.
A sociedade do ócio de Agostinho da Silva está-nos chegando através do mundo dos jogos informáticos de uma vida paralela, dita virtual. Uma segunda vida, em que na verdade temos a liberdade de nos vivermos em pleno, pois não temos os limites atrofiadores do juizo da realidade. Uma segunda vida mais real, porque mais verdadeira, ao ser mais consonante com a nossa imagem interior, a nossa verdadeira imagem, liberta dos condicionalismos impostos pelo mundo dito real.
E esses jogos estão nos ensinando a construir um novo mundo real, onde no futuro o Ser Humano possa viver em plenitude. A hoje chamada realidade virtual é a presente escola dos construtores do futuro.
A identidade dum Ser Humano não mais será avaliada pelo número de camelos que possui, ou a extensão de hectares de terra que herdou. A identidade de cada um não passará mais pelo título académico ou laboral que possui e que determina aquilo a que tem direito e quando.
A virtualidade está aí e é bem real!
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1 comentário:
Viva!
Gostei do texto.
Abraço.
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