segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O PODER AOS GOVERNANTES 1

Nas Democracias actuais é cada vez mais evidente que quem governa mesmo não são os governantes eleitos pelo povo através de eleições livres e imparciais.

A cada nova eleição democrática para novos orgãos governativos, o povo se suspende da expectativa duma redenção que melhore as suas condições de existência. Mas na política não há milagres; muito menos quando é uma política contaminada de invisível ingestão.

Todo o quotidiano da grande política mundial é um mercado de interesses económicos, que nada têm a ver com o bem-estar das populações.
Existem neste mundo de mercado global grandes empresas e consórcios cujo montante de volume de negócios e riqueza, repartida entre os seus administradores, é superior ao PIB de muitos países. 
São estes aglomerados económicos supra-governamentais, cúmplices duma estratégia de pura ganância, que controlam os destinos políticos e estratégicos mundiais e que acabam por influir nas políticas governamentais de cada nação, pois cada vez mais os governantes estão reféns da economia global.

É vergonhoso que num planeta rico de recursos haja tanta fome e miséria.

Vivemos numa sociedade neo-esclavagista, em que é dado aos novos-escravos (ler: povo) o direito de elegerem aqueles que sobre si irão aplicar os regimes que os Senhores Obscuramente Invisíveis da Economia ditarem.

Mui grave é ser essa miséria voluntariamente aceite pelas suas próprias vítimas, pela sua persistência numa ostensiva e voluntária ignorância. 
Quando um povo se refugia atrás de tradições culturais e religiosas, usando-as como pretexto para não evoluir, está abrindo caminho para que os oportunistas mais vis e despudoradamente criminosos se utilizem delas para os seus paranóicos interesses de poder e ganância.

sábado, 18 de outubro de 2008

O CASO GAY 3: MINORIAS?!

Ciclicamente se vem falar em praça pública dos direitos dos homossexuais. 
O debate dos direitos das minorias é sempre um tema muito querido aos políticos, principalmente quando tal debate pode significar angariação de votos. E entre as minorias mais em voga estão os homossexuais, contudo eu creio haver aí uma correcção a fazer.

Os homossexuais não são uma minoria. Minoria é o conjunto de homossexuais assumidos; os ditos gays e lésbicas. Pois quanto aos restantes homossexuais, pesa o medo da assunção, que leva a muitos optarem por vidas frustradas e casamentos (heterossexuais) de fachada e conveniência.
Não é necessário consumar actos sexuais com indivíduos do mesmo sexo para se ser homossexual, nem mesmo admitir para si próprio e em segredo, que se é homossexual para o ser.

A homossexualidade não é uma opção, nem um fardo. É um estado de identidade, que nestas sociedades dogmáticas e preconceituosas, carregadas de séculos de tradições castradoras da identidade individual, se torna por vezes motivo de mau estar e pretexto para todo o tipo de sevícias.

Todo o indivíduo, enquanto participante do todo social, contribuindo para a edificação dessa mesma sociedade e nela participando como elemento contributivo, tem o direito a que lhe sejam atribuídos os mesmos direitos que aos seus pares.
Talvez que o receio dos legisladores seja que ao se darem direitos idênticos aos homossexuais se vejam levantar mais véus e se descubra que afinal somos mais que uma simples minoria <bizarra e depravada>.

A homossexualidade é comum na natureza. Ela acompanha a Humanidade desde o seu alvor. Cada vez mais os arqueólogos, antropólogos e historiadores constatam que os comportamentos homossexuais não eram tão estranhos, nem dignos de referência particular, nas culturas mais simples e naturais. 
Aliás, na Antiguidade não havia nenhum vocábulo para definir tais comportamentos. A catalogação de comportamentos é uma coisa moderna, uma coisa mais recente, que surge com o advento da Ciência e da sua febre catalogadora.

Eu sou homossexual e não considero que isso me faça pertencer a uma minoria, pois ao sair à rua e olhando com atenção à minha volta, leio muitos comportamentos e sinais denunciadores de verdades escondidas e abafadas, cruelmente abafadas. À estados de alma que os olhos não conseguem negar.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O ERRO DA HISTÓRIA

Dos fracos não reza a história!
A História é feita (ou contada) pelos vencedores!
São algumas da expressões que ouvimos relacionadas com esse aspecto do conhecimento científico humano.

Criada como ciência entre os folhos do romantismo, a História desde logo se moldou como um rosário de heróis, magnos reis e guerras épicas. Pouco espaço deixando para o relato da evolução da Humanidade através do entendimento da sua dimensão humana e natural. Pelo contrário, a História sempre se esforçou por apresentar a Humanidade como algo dissociado da Natureza.
Nada de mais errado!

Nunca a História se lembrou de fazer o apontamento e verificação, das condições climatéricas nos seus relatos e estudos. Erro crasso! Erro de dimensões muito gravosas para a compreensão e busca de respostas para o nosso presente.
Felizmente que alguns meteorologistas e historiadores já começaram a reparar essa falha grave no conhecimento da nossa evolução, como espécie e como civilização.

Muitos dos nichos de incompreensão de certos períodos misteriosos de colapsos civilizacionais e outras ocorrências bizarras, são melhor entendidas quando aos factos já conhecidos se juntam os elementos de dados climáticos e meteorológicos ocorridos nesses períodos.
Poderão pensar que isso é de somenos importância. Não é!

Se ao longo da nossa evolução mantivéssemos uma relação mais compreensiva e inclusiva do nosso elo vinculativo à Natureza, estaríamos hoje muito melhor e mais bem preparados para o futuro próximo que nos espera. Teríamos desde à muito o entendimento das cambiantes meteorológicas da Terra e assim melhor preparados estaríamos para enfrentar os desafios, principalmente pela sua antecipação, pois mais habilitados estaríamos na leitura de padrões.

Mas ainda não está tudo perdido. O momento é de mobilização geral!
Cabe a cada um se educar e consciencializar do seu papel de membro integrado num todo muito vasto que é o imenso ecossistema natural da Terra.

É de uma arrogância absurda supor que a Humanidade poderia evoluir dissociada da evolução do Planeta, do qual fazemos parte.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

SINCERIDADE E VIRTUDES

A vida em comunidade impõe regras para uma boa convivência entre os seus membros.
Daí veio a Moral e desta as Virtudes.

Em Democracia venera-se o culto da Verdade e de todas as Virtudes a ela associadas. Entre elas vem a Sinceridade abrindo o cortejo, por ser aquela que impõe como regra primeira a revelação do que se pensa, sente ou quer. E então tropeçamos nessa sinceridade verdadeira estampada por todo lado, muitas das vezes sem a termos pedido e sem que ela nos interesse, ou seja útil de qualquer modo.

Uma das primeiras regras para um viver harmonioso é o Bom-Senso. E ele deve ser aplicado em tudo; até mesmo às Virtudes.

Virtude sem Bom-Senso é arrogância e afrontamento.

Poderiamos dizer que a Coragem sem Bom-Senso é loucura. Assim como Honestidade sem ele pode se tornar em cumplicidade maliciosa. E a Sinceridade vira desaforo e petulância.

Mas a mais comum falha na aplicação das Virtudes é a Sinceridade, pois muitas vezes ela causa mágoa e e incómodos desnecessários.

Será que temos mesmo necessidade de saber o que pensam e dizem sobre nós na nossa ausência? Será que isso melhorará as nossas existências? Sinceramente creio que nem sempre.

Vive-se uma euforia de informação, sempre supostamente baseada na revelação completa da Verdade. Os orgãos de comunicação metralham-nos com todo o tipo de informações, muitas delas apoiadas por imagens explicitamente reveladoras, respeitando o venerando princípio da Verdade.
Mas será que muita dessa verdade é de alguma utilidade favorável para quem é surpreendido por ela? Será que temos mesmo de saber toda a verdade dum modo raiando o exibicionismo? Será que não haverão outros modos de apresentar a Verdade com mais dignidade e respeito por aqueles a quem ela é supostamente dirigida?

Há ainda a Liberdade que muitos entendem como o direito de apregoar o que entendem ser a necessária Verdade. E lá voltamos de novo à Sinceridade.
À Sinceridade e Liberdade de se afirmar o nosso pensamento, sentimento ou parecer, é prioritária a avaliação do impacto que aquilo que queremos transmitir terá sobre os alvos visados.
À falta de bom-senso, o melhor é o silêncio.

As Virtudes apenas o são enquanto acções conducentes à Harmonia e Evolução.