domingo, 15 de fevereiro de 2009

JUSTIÇA NÃO-CEGA

Justiça cega, não!

A Justiça não deve ser punitiva. A Justiça deve estar sempre um passo à frente do crime. Compete às instituições governamentais da sociedade e a esta mesma, contribuir para um equilíbrio salutar entre todos os campos da actividade social, assim como da educação de todos os indivíduos, desde a mais tenra idade, para um integrado viver cívico.

A justiça não começa nos tribunais nem termina nas prisões. A justiça deve começar desde criança, no aprendizado dos rudimentos de viver em sociedade.
A justiça implica o envolvimento de todo o corpo social. Não estou falando da denominada "justiça popular", mas sim do entendimento, por parte de todos os indivíduos que a justiça envolve todos e não apenas a instituição judicial.

O espírito de rebeldia e afrontação, fazem parte do ser humano. Esse espírito tem até contribuído para muitos avanços da Humanidade. Contudo é necessário saber controlar esse espírito rebelde e transgressor; não o castrando, mas orientando-o dum modo positivo.

O enjaulamento de seres humanos é uma barbaridade, impensável para uma sociedade que se pretende tão evoluída como a nossa. Não é amontoando criminosos e marginais numa jaula que se reabilitam ambos. 
Não basta a privação da liberdade para a reeducação de quem quer que seja. Quanto muito, tal medida apenas despertará sentimentos de revolta e frustração.
Se a sociedade tiver modos de prevenção das situações que estimulem a prática de transgressões e crimes, mais fácil será a prevenção e resolução de problemas. 

Diz o ditado popular que: "A ocasião faz o ladrão." 
Pois é... numa sociedade cheia de injustiça social e desigualdade, onde uns (poucos) têm obscenamente mais do que precisam e outros (muitos) não têm o mínimo para sobreviver...

A Justiça não pode ser cega. Cabe aos magistrados terem a coragem e a lucidez de julgarem cada caso com ética e humanidade, sem se restringirem (e muitas vezes se refugiarem) à frieza ácida da linearidade, desumanamente imparcial, da lei.
É chegado o tempo de os magistrados deixarem de julgar no abstracto e assumirem o seu papel de seres humanos envolvidos no processo de fazer verdadeira Justiça.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

NOVA ONU

24 de Outubro de 1945, data da fundação oficial da Organização das Nações Unidas (ONU).

Os seus objectivos:
. Manter a paz mundial
. Proteger os Direitos Humanos
. Promover o desenvolvimento económico e social das nações
. Estimular a autonomia dos povos dependentes
. Reforçar os laços entre todos os estados soberanos

Ao fim de 63 anos da sua existência quais destes objectivos conseguiu a ONU implementar eficazmente?
Quanto a mim, nenhum!

E porquê?! Principalmente pela sua instrumentalização por um dos seus organismos de liderança; o Conselho de Segurança, através do qual alguns viciam as determinações da Assembleia em proveito dos seus interesses próprios.

Fundada na agonia do pós 2ª Guerra Mundial e enviesadamente moldada no decorrer das angustiantes décadas da Guerra Fria, revela-se agora uma organização desactualizada e obsoleta, na sua incapacidade de se impor com autoridade e soberania, necessárias nestes dias de globalização em que o desmando tende a imperar.

O paternalismo do seu Conselho de Segurança é impróprio para um mundo onde novos valores e poderes despontam dia a dia, moldando um novo mundo que nada tem a ver com aquele que lhe deu origem. O direito de veto de alguns dos seus membros permanentes é vergonhoso num mundo em que se pretende a igualdade para todos os parceiros, ou não seja essa a base da democracia - ideologia que parece ser consensual entre todos os seus membros, para o funcionamento da própria instituição.

Tem sido por demais evidente a manietação da ONU, por países e lobbies, de modo a restringir a sua capacidade de intervir com soberana autoridade na implementação das resoluções da sua Assembleia Geral. 
A ONU nasceu como boneco de ventríloquo das nações poderosas da altura, logo incapaz de agir livremente e com a autoridade necessária.

Cada vez se torna mais notória a necessidade de uma profunda e completa reforma nos estatutos e organismos de decisão e intervenção da decrépita organização, para a formação duma verdadeira Organização das Nações Unidas, que pugne pela igualdade de tratamento entre todas as nações e povos. Uma ONU dotada dos meios necessários para impor a ordem e paridade entre todos, sem excepções. 
Enfim, um organismo de autoridade e soberania em que a voz de todos e qualquer um, tenha o mesmo peso e valor.