quinta-feira, 5 de agosto de 2010

INTERREGNO

Este blog encontra-se temporariamente suspenso. Poderão visitar-me no Confessium.
Obrigado!

domingo, 8 de novembro de 2009

OLHA OS SINAIS!

O Século passado foi um longo período de convulsões sociais em busca dum ajuste ideal, que variava segundo os dogmas de cada grupo.

Experimentou-se a vivência de duas absurdas guerras globais, com todo o seu desfile de horrores e rasto de traumas que perdurarão por gerações, mesmo que dum modo muito subtil. Testemunhou-se também o prolongamento de absurdos conflitos e guerras que em nada contribuíram para a paz e bem viver dos povos que sofreram as suas consequências.

Foi um tempo de inventividade e renovação em que tudo se alterava em catadupa e a uma velocidade estonteante. A tecnologia, mais do que a ciência, entrou mais que nunca no processo de definição do modelo de vida das sociedades e povos.

Foi um desfilar de ascensão e queda de impérios e de consolidação do sistema capitalista, com a sua ditadura de horror económico hegemónico e desumano. O sucesso material foi entendido como valor supremo, sobrepondo-se muitas vezes, senão quase sempre, ao interesse vital e dignidade das gentes.

Assistiu-se ao nascimento e desenvolvimento enviesado duma globalidade erradamente cimentada numa base de massificação intensiva, eliminadora das culturas e idiossincrasias dos diferentes povos e indivíduos, sem lhes permitir e dar uma identidade própria.

Foi um tempo em que se esqueceu a faceta espiritual do ser humano, visando apenas a satisfação de objectivos materiais. Menosprezou-se a formação humana, favorecendo o egoísmo e a ganância ao promover o lucro e a posse como objectivos derradeiros da realização humana.
Abandonou-se o investimento na Educação (a verdadeira Educação e não a capacitação profissional), deixando assim espaço para o desenvolvimento da barbárie violenta que se testemunha diariamente em todos os níveis duma sociedade cada vez mais assimétrica e injusta.

Os sinais estão aí, ao nosso redor, no nosso quotidiano. Estejamos atentos e empenhemo-nos em ler os sinais e lutar por os reverter.


Quero aqui anunciar também que suspendo as minhas publicações neste blog. A partir de agora podereis continuar acompanhando os meus pensamentos e devaneios no Confessium, assim como nos meus outros blogs, cujos endereços podereis encontrar aí ao lado, na margem.

Fiquem em paz e até sempre!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

HONDURAS: ALERTA DITADURA

Por vezes a perigosa imbecilidade política de alguns quase leva-nos a ficar do lado de quem reprovamos. Assim quase que toleramos a intervenção dos militares na crise institucional hondurenha, perante o descarado assalto ao poder absoluto por parte de Manuel Zelaya, assim como o seu assalto, acolitado por um bando de algumas dezenas de seguidores, à Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, para nela instalar o seu escritório político de incitação à violência civil.

O caso Honduras tem todos os indícios de alerta do que deve ser evitado para se construir um mundo melhor, com países que respeitem a justiça e a dignidade do ser humano. Mais uma vez a ambição de poder de um põe em risco a tranquilidade e harmonia duma nação e de todo o seu povo. 
Mas não só! Manuel Zelaya ao impor o seu refúgio na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa acaba por arrastar outra nação, alheia ao confronto institucional por ele provocado, trazendo a intranquilidade ao povo brasileiro que, com alguma angústia, observa o desenrolar dos acontecimentos em torno da sua representação diplomática nas Honduras.

Neste século XXI já nada justifica estes assaltos pessoais ao poder. Também já é tempo de deixar de recorrer a golpes militares, mesmo que a pedido de instituições legais, para solucionar conflitos institucionais. Por todo o mundo os povos aspiram à paz. É tempo de os governantes começarem a compreender que a sua função é estar ao serviço do povo e que os seus ideais para a nação devem ser coincidentes com os desse mesmo povo. A política tem de deixar de ser um couto de vaidades e interesses pessoais.

Mais preocupante é a constatação da influência e apoio de Chávez, da Venezuela, por trás dos actos de Zelaya. Com um discurso populista e atitudes totalitárias, o pró-ditador venezuelano, vem tentando criar uma corte de influência na América Latina que lhe satisfaça os intuitos imperialistas. As atitudes pouco sensatas, de permanente confronto, do dirigente põem o seu povo e todas as nações da região à beira duma crise de nervos.

Todos os ditadores mais encarniçados e alguns dos mais sanguinários, da história da humanidade se afirmavam defensores dos interesses populares.

sábado, 5 de setembro de 2009

CONSTRUINDO

A maior carência social no mundo actual é Educação.

As carências, as desigualdades sociais e o atraso duma sociedade estão na razão inversa do seu nível educacional. Daí todo o projecto de renovação social deverá ter como propósito fundamental a implantação dum sistema de educação permanente para todo o corpo social.

A educação deverá ir além da escola, além do núcleo familiar. A educação deverá ser um cuidado permanente dos dirigentes e agentes do poder, assim como de todo o conjunto da sociedade. uma educação que estimule e modele todo o modus operandi da sociedade.

Para estabelecer um rico padrão educacional não basta legislar. "Já temos uma lei que salvaguarda..." "já dispomos duma lei que estabelece..." "já fizemos uma lei que define..." "já publicámos uma lei que protege..." Apenas fazer leis não é governar. Este mundo está cheio de paises com constituições e legislações ricas de humanismo e salvaguarda de direitos universais, mas que vivem em profunda injustiça e atropelo da lei.

O acto de bem governar implica acima de tudo a manutenção das melhores condições ideais de vida para todos. Isso alcança-se educando e definindo os ideais e projectos maiores, depois educando e regulamentando dentro pos padrões desses ideais, por fim eduacando e fiscalizando a aplicação da lei.

Educar deverá ser um propósito sempre presente na motivação dos governantes e de todos. Uma nação próspera constrói-se com a vontade e participação de todos, porque todos são parte integrante desse universo. A isso se poderá chamar Democracia!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

SEM REVISÃO

Após alguns meses de ausência e silêncio tento retomar a minha participação nos espaços literários dos meus blogs aqui na internet. E como todos os regressos trazem em si um quê de mudança, este meu retorno não deixará de revelar algumas alterações na forma e no conteúdo, pelo que conto com a vossa paciência e boa aceitação.

Mitos e preconceitos persistem no saber popular que condiciona o agir do povo. O povo, como qualquer multidão, é uma massa irracional que age por instinto e impulso gregário. A falta de cultura dum povo serve as vantagens daqueles que detêm o poder, pelo que há todo um cerco de desinformação e alienação dirigido àquilo que um dia se chamou de massas.

Vivemos na ditadura da economia, camuflada de Democracia. A rotatividade democrática de alguns modelos governativos, é um sistema perverso que dá a ilusão de ser o povo senhor do seu destino, quando nada mais pode estar tão longe da verdade. O povo é condicionado e doutrinado pelos fazedores de opinião (opinion makers), que se acoitam ao serviço de forças obscuras, zelando pelos interesses económicos dos verdadeiros senhores do mundo. Ignóbil enfatizar supostos cuidados com os direitos humanos, quando na verdade o que fala mais alto é o direito à ganância desmedida.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A PROPÓSITO DE DARWIN

Recebi um email da minha amiga Lena: "...fomos ver a exposição sobre Darwin e a sua Teoria da Evolução..." Na conclusão das reflexões sobre o que haviam observado subsistem algumas questões: "Quem sabe se o destino da nossa existência no planeta não será precisamente tornarmo-nos os Deuses de uma Nova Criação... Não nos adaptamos à Natureza fazemos dela nossa escrava e não nossa aliada, até quando?" Mas, minha cara amiga, é isso mesmo!

Todos trazemos o registo profundo da condição da nossa existência e do nosso percurso evolucionário. Não tomamos consciência disso porque perdemos o elo interior da nossa ligação ao Universo, o que nos leva a viver em contracorrente com o nosso desígnio maior. Mas não deixamos de evoluir para o cumprimento do nosso destino.

Nós evoluímos, tal como tudo no nosso universo. De Homem Sábio (Homo Sapiens)  iremos crescer até ao Homem Espiritual e desse até ao Homem Criador. O desígnio derradeiro da nossa existência, enquanto espécie humana, é tornarmo-nos Criadores.

Somos criadores da nossa realidade e da nossa existência. Moldámos o mundo em que vivemos e nele aprendemos a sustentá-lo, para num futuro longínquo sermos também nós Criadores de outros mundos.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

INTELIGÊNCIA E VONTADE

A energia que nos impulsiona enquanto Humanidade em processo evolutivo é essencialmente emocional. Contudo, cada vez mais nos é exigido uma tomada de consciência inteligente para resolução dos desafios que encontramos pelo caminho. Temos uma visão dramática, quando não trágica, do Mundo e da Vida. Mas não tem que ser assim; temos todas as capacidades para alterar o fatalismo duma visão redutora da existência. Apenas temos que aprender a Vontade.

Podemos ter desenvolvido uma civilização tecnologicamente avançada, mas não evoluímos como um todo harmonioso e activamente inteligente. Uma sociedade baseada na autossatisfação dos prazeres básicos não espelha todo o potencial da Humanidade. Um modelo de vida baseado num hedonismo primário e materialista cria um mundo egoísta de corrida ao consumo, gerando desigualdade e injustiça social. Resultado muito pouco satisfatório numa espécie que se afirma como sendo inteligente.

Demasiado dependentes da inserção num grupo social, tornamo-nos descurados com a importância do nosso querer sobre os nossos destinos individuais. Desaprendemos a arte de ser autónomos e conscientes dos rumos que escolhemos. Passamos a ser cordeiros num rebanho, sem vontade própria.

O povo tornou-se ignorante da cultura que o suporta. Isso é a descaracterização do Ser Humano, enquanto agente gerador e gestor de cultura. É a apologia do homem-máquina dos primórdios romanescos da sociedade industrial. 
Um povo inculto é um povo escravo. Apenas o saber é libertador.