Hoje só nos resta viver o Futuro.
Tradição, nação, pátria, identidade cultural. Não podemos continuar apegados a velhos paradigmas se queremos construir um mundo melhor. Desde sempre as nações conviveram, mais ou menos belicosamente, com os seus vizinhos numa afirmação das suas diferenças. Servindo-se das diferenças ou similaridades para promover disputas e anexações territoriais; mas sempre com o fim derradeiro de impôr a sua vontade e supremacia aos demais.
Para a construção duma paz duradoura não nos podemos impôr o desafio mais improvável de todos: o de tentar harmonizar costumes contraditórios de diferentes culturas. A própria ideia de Pátria ou Nação, seja lá isso o que for, é descabida num mundo que se pretende pacífico e motivado num propósito comum: o de dar a cada um dos seus cidadãos a dignidade que lhe é devida. Descabida num mundo em que cada vez mais a individualidade de cada um se sobrepõe à hegemonia de modelos condicionadores e inibidores da singularidade, assim como o seu direito a essa identidade própria.
As diferentes culturas e tradições surjiram ao longo do desenvolvimento dos povos como uma adaptação às condições do meio em que viviam. Em contacto com outros povos, de origens diversas, essas diferenças do modus vivendus serviam como referencial identificador. E de gestos práticos, com um desígnio utilitário, passaram a marcadores folclóricos duma identidade cultural, posteriormente nacional.
A civilização do Século XXI baseia-se na livre circulação de indivíduos, conhecimentos, produtos e costumes. Quando grandes empresas exportam os seus produtos por todo mundo, junto com essas mercadorias vai um acervo cultural relacionado com o propósito e utilização dessa mercadoria. Assim aqueles que mais poder económico têm, mais produzem e mais exportam, colonizando assim culturalmente todos aqueles que passarem a consumidores dos seus produtos.
Podem ser muito pitorescas e turisticamente aliciadoras, as tradições regionais, algumas com milénios de existência, mas na sua maioria estão completamente obsoletas e desprovidas de todo o seu sentido ao perderem o seu propósito inicial. Não passam de postais animados para os turistas levarem nas suas câmaras de foto ou vídeo, como recordação. E depois queremos afirmar direitos de preservação cultural por isto? Por um carnaval hipocritamente arvorado de respeitável tradição? Oh!... Me poupem!
Felizmente que sou um apátrida. Nasci numa Terra que não me reconhece como filho e fui adoptado por uma nação que apenas o fez por fardo de consciência de potência colonizadora, a qual eu renego. Assim, livre de obrigações sentimentais de nacionalismos embutidos, constacto a evidente inutilidade dessas posturas balofamente pomposas. E tão vilmente minadoras dum saudável reconhecimento de qualquer identidade individual.
Sócrates, esse intemporal filósofo helénico, disse: «Eu sou um cidadão do mundo!» Não pode haver pensamento mais actual para o mundo que voluntária ou involuntariamente estamos construindo.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
quinta-feira, 24 de julho de 2008
A VIRTUDE DA GUERRA
A Cronologia do Tempo.
A História.
O Conhecimento acumulado; que não corresponde, infelizmente, ao Conhecimento adquirido.
As Virtudes e a Honra.
A Humanidade percorre um trilho de escolhos e ganhos, tal como cada um de nós individualmente. E nesse percurso é suposto que ambos ganhem experiência e acima de tudo, Sabedoria.
De muitos recursos se tem valido a Humanidade na sua busca pelo Conhecimento, que nos proporcionasse um melhor existir. Tudo temos procurado entender e explicar, para melhor fazermos uso do que estivesse ao nosso alcance. E assim prosseguimos essa busca sem limites e que nos tem levado a lugares e desvelado saberes, anteriormente inimagináveis e tidos até como improváveis e mesmo impossíveis.
Na nossa contínua busca e insaciabilidade, criámos as mais díspares culturas, com os mais diversos costumes e as mais diferentes línguas.
A nossa inventividade e inspiração são inesgotáveis e a nossa imaginação alimenta-se a si própria, ostentada qual farol, na vanguarda de todos os nossos avanços. E através da criatividade gerada pela imaginação alcançámos, alcançamos e alcançaremos os maiores feitos. E deixamos por todo o lado a marca indelével da nossa presença.
Evoluimos longe uns dos outros. Evoluimos apoiados uns nos outros. Evoluimos uns contra os outros. Mas sempre evoluimos e continuamos evoluindo. Uns mais lestos que outros, mas evoluindo.
Mas ao longo de todo o nosso percurso sempre tivemos por companheira a Guerra.
Desde que o Homem deixou marcas da sua passagem por este Mundo, sempre ficaram vestígios ou registos da nossa propensão para a guerra. Tudo servia como pretexto para guerrear: disputas de soberania, disputas territoriais, ampliação de territórios, afirmação de poder, resolução de conflitos políticos ou religiosos e tantos, tantos outros pretextos. Desde os motivos entendidos como mais honrosos até aos mais mesquinhos, tudo serviu como justificação para fazer guerra.
Mas, fazendo uma analogia com as idades humanas, diriamos que a guerra seria admissível na infância e adolescência da humanidade. Mas agora, embora ainda atravessando os verdes anos da juventude, já vamos nos aproximando do estado adulto. E se por vezes é compreendido nas crianças o recurso à violência como forma de se afirmarem e de auto-reconhecerem as suas limitações, o mesmo já não se espera, nem tolera, de jovens garbosos dos seus novos atributos de pré-maioridade. Mesmo sendo essa a idade em que se entende estarem aptos (os mancebos) para o serviço militar; pura ironia dum Deus com um bizarro sentido de humor.
Ora, poderia parecer que a Humanidade já atingiu a maturidade suficiente para entender que a guerra não resolve problemas. Tem até o perverso efeito de criar ainda mais.
Contudo, hoje já não se fazem guerras para engrandecer Impérios que iriam deixar um legado indelével da sua cultura superior aos povos menos evoluidos, que se submeteriam à supremacia dos vencedores.
Hoje já não se fazem guerras para honrar o bom nome e os direitos de vassalagem de Nobres Senhores, que assumiam a protecção dos seus súbditos.
Hoje a guerra já nada tem de romântico ou nobre. A guerra já não se trava em campos de batalha entre exércitos beligerantes que se defrontavam directamente, corpo a corpo, homem a homem.
Hoje a guerra trava-se rua a rua, casa a casa, nas próprias cidades. Hoje ninguém vai fazer guerra para campos desertos, longe das cidades e aglomerados urbanos.
Hoje as guerras não envolvem apenas militares, mas cada vez mais as populações civis se vêm alvo das maiores atrocidades.
E, maior ignomínia de todas, hoje as guerras são promovidas por senhores intocáveis, que nem se confundem com os governantes que às guerras dão rosto; senhores incógnitos apenas movidos pelo puro lucro dos seus grandes negócios através dos quais tudo manipulam. Senhores mais poderosos que os governantes das nações poderosas. Mas senhores dos quais nunca ninguém saberá os nomes, muito menos vislumbrará os seus rostos.
Se alguma vez, no glorioso passado da História Bélica da Humanidade, um grande General arrogasse o direito de ver alguma virtude na guerra, por certo vacilaria de opróbrio perante aquilo em que esta se tornou nestes dias tão virtuosos da proliferação das Democracias e da afirmação dos Direitos Humanos.
Na voracidade da ganância até a Guerra perdeu a Honra.
A História.
O Conhecimento acumulado; que não corresponde, infelizmente, ao Conhecimento adquirido.
As Virtudes e a Honra.
A Humanidade percorre um trilho de escolhos e ganhos, tal como cada um de nós individualmente. E nesse percurso é suposto que ambos ganhem experiência e acima de tudo, Sabedoria.
De muitos recursos se tem valido a Humanidade na sua busca pelo Conhecimento, que nos proporcionasse um melhor existir. Tudo temos procurado entender e explicar, para melhor fazermos uso do que estivesse ao nosso alcance. E assim prosseguimos essa busca sem limites e que nos tem levado a lugares e desvelado saberes, anteriormente inimagináveis e tidos até como improváveis e mesmo impossíveis.
Na nossa contínua busca e insaciabilidade, criámos as mais díspares culturas, com os mais diversos costumes e as mais diferentes línguas.
A nossa inventividade e inspiração são inesgotáveis e a nossa imaginação alimenta-se a si própria, ostentada qual farol, na vanguarda de todos os nossos avanços. E através da criatividade gerada pela imaginação alcançámos, alcançamos e alcançaremos os maiores feitos. E deixamos por todo o lado a marca indelével da nossa presença.
Evoluimos longe uns dos outros. Evoluimos apoiados uns nos outros. Evoluimos uns contra os outros. Mas sempre evoluimos e continuamos evoluindo. Uns mais lestos que outros, mas evoluindo.
Mas ao longo de todo o nosso percurso sempre tivemos por companheira a Guerra.
Desde que o Homem deixou marcas da sua passagem por este Mundo, sempre ficaram vestígios ou registos da nossa propensão para a guerra. Tudo servia como pretexto para guerrear: disputas de soberania, disputas territoriais, ampliação de territórios, afirmação de poder, resolução de conflitos políticos ou religiosos e tantos, tantos outros pretextos. Desde os motivos entendidos como mais honrosos até aos mais mesquinhos, tudo serviu como justificação para fazer guerra.
Mas, fazendo uma analogia com as idades humanas, diriamos que a guerra seria admissível na infância e adolescência da humanidade. Mas agora, embora ainda atravessando os verdes anos da juventude, já vamos nos aproximando do estado adulto. E se por vezes é compreendido nas crianças o recurso à violência como forma de se afirmarem e de auto-reconhecerem as suas limitações, o mesmo já não se espera, nem tolera, de jovens garbosos dos seus novos atributos de pré-maioridade. Mesmo sendo essa a idade em que se entende estarem aptos (os mancebos) para o serviço militar; pura ironia dum Deus com um bizarro sentido de humor.
Ora, poderia parecer que a Humanidade já atingiu a maturidade suficiente para entender que a guerra não resolve problemas. Tem até o perverso efeito de criar ainda mais.
Contudo, hoje já não se fazem guerras para engrandecer Impérios que iriam deixar um legado indelével da sua cultura superior aos povos menos evoluidos, que se submeteriam à supremacia dos vencedores.
Hoje já não se fazem guerras para honrar o bom nome e os direitos de vassalagem de Nobres Senhores, que assumiam a protecção dos seus súbditos.
Hoje a guerra já nada tem de romântico ou nobre. A guerra já não se trava em campos de batalha entre exércitos beligerantes que se defrontavam directamente, corpo a corpo, homem a homem.
Hoje a guerra trava-se rua a rua, casa a casa, nas próprias cidades. Hoje ninguém vai fazer guerra para campos desertos, longe das cidades e aglomerados urbanos.
Hoje as guerras não envolvem apenas militares, mas cada vez mais as populações civis se vêm alvo das maiores atrocidades.
E, maior ignomínia de todas, hoje as guerras são promovidas por senhores intocáveis, que nem se confundem com os governantes que às guerras dão rosto; senhores incógnitos apenas movidos pelo puro lucro dos seus grandes negócios através dos quais tudo manipulam. Senhores mais poderosos que os governantes das nações poderosas. Mas senhores dos quais nunca ninguém saberá os nomes, muito menos vislumbrará os seus rostos.
Se alguma vez, no glorioso passado da História Bélica da Humanidade, um grande General arrogasse o direito de ver alguma virtude na guerra, por certo vacilaria de opróbrio perante aquilo em que esta se tornou nestes dias tão virtuosos da proliferação das Democracias e da afirmação dos Direitos Humanos.
Na voracidade da ganância até a Guerra perdeu a Honra.
terça-feira, 22 de julho de 2008
URBANA DIVAGAÇÃO 3: GUELRAS 2
Nós, Humanos, não temos guelras.
Regressemos de novo à orla costeira.
Território situado entre dois mundos, apresenta por si a ideia aliciante da diversificação de recursos; os marítimos e os terrestres. E tem sido baseado nessas duas permissas que o litoral sempre foi um aliciante ponto de fixação para aqueles que ousavam sonhar mais longe e aspiravam conhecer mais que o seu rotineiro quotidiano.
E cada vez mais as populações em todo mundo vêm migrando das zonas rurais e interiores dos seus países, para as cidades na orla costeira, quando esses países têm costas marítimas. Nos outros casos optam pelos grandes centros urbanos mesmo no interior.
Mas agora, é nossa intenção aqui falar das cidades costeiras.
Já nos referimos à necessidade de as cidades serem projectadas para um determinado desígnio e manterem-se dentro dos limites desse projecto, ao invés do agigantamento urbanístico que se vem verificando cada vez mais por todo mundo. Esse crescimento descomunal é um erro imenso e completamente irracional.
Não é novidade para ninguém que o clima do planeta está sofrendo alterações acentuadas e aceleradas. Todos sabemos que os mares são um dos reguladores do clima a nível planetário e são também o reflexo dos comportamentos climáticos e das suas alterações.
Muito se pode especular a respeito da fiabilidade de alguns modelos mais pessimistas da evolução das condições climatéricas globais, mas não podemos deixar de comprovar a evidência de certos factores facilmente constactáveis, até pelos mais leigos em meteorologia. A temperatura geral do planeta está subindo e os grandes glaciares, por todo planeta, encontram-se em regressão.
Os próprios Inuites da Gronelândia já se queixam da ausência de gelo nos fiordes onde ainda à pouco tempo se erguiam majestosos glaciares e das temperaturas demasiado altas, como nunca antes haviam constactado.
Ora o degelo das grandes superfícies geladas do planeta irá provocar um aumento do nível das águas marítimas e um comportamento mais imprevisível do clima, provocado pelo desequilíbrio de salinidade e temperatura das águas dos oceanos. É de esperar que isso venha a ter graves repercursões nas cidades costeiras.
De certo todos têm bem presentes a tragédia que se abateu sobre Nova Orleães com o furacão Katrina.
Actualmente as grandes catástrofes climatéricas são monitorizáveis e previstas atempadamente o suficiente para que se possam tomar medidas preventivas. Mas em caso de evacuação geral é fácil imaginar o caos que inviabilizaria a evacuação imediata duma mega-metrópole. Diria até que tal seria impraticável.
As nossas cidades não podem crescer desmesuradamente. A ganância não se pode sobrepor à razão, nem pode manipular o descernimento dos governantes. Toda a sociedade tem de rever os seus propósitos e repensar o seu modo de viver nas cidades. Quantas mais pessoas se tiverem amontoado numa zona de desastre mais vítimas haverá. E mais difícil será a mobilização de meios para poder a todos acudir devidamente.
Já somos possuidores de conhecimento científico e de tecnologias suficientes para podermos projectar devidamente as nossas cidades, levando em conta todos os infortúnios do destino. Para fazermos jus ao saber acomulado em milénios de civilização, deveríamos começar a reordenar as cidades que sabemos estar em zonas de risco e investir na edificação de cidades projectadas para sempre apresentarem bons desempenhos em todas as situações.
Regressemos de novo à orla costeira.
Território situado entre dois mundos, apresenta por si a ideia aliciante da diversificação de recursos; os marítimos e os terrestres. E tem sido baseado nessas duas permissas que o litoral sempre foi um aliciante ponto de fixação para aqueles que ousavam sonhar mais longe e aspiravam conhecer mais que o seu rotineiro quotidiano.
E cada vez mais as populações em todo mundo vêm migrando das zonas rurais e interiores dos seus países, para as cidades na orla costeira, quando esses países têm costas marítimas. Nos outros casos optam pelos grandes centros urbanos mesmo no interior.
Mas agora, é nossa intenção aqui falar das cidades costeiras.
Já nos referimos à necessidade de as cidades serem projectadas para um determinado desígnio e manterem-se dentro dos limites desse projecto, ao invés do agigantamento urbanístico que se vem verificando cada vez mais por todo mundo. Esse crescimento descomunal é um erro imenso e completamente irracional.
Não é novidade para ninguém que o clima do planeta está sofrendo alterações acentuadas e aceleradas. Todos sabemos que os mares são um dos reguladores do clima a nível planetário e são também o reflexo dos comportamentos climáticos e das suas alterações.
Muito se pode especular a respeito da fiabilidade de alguns modelos mais pessimistas da evolução das condições climatéricas globais, mas não podemos deixar de comprovar a evidência de certos factores facilmente constactáveis, até pelos mais leigos em meteorologia. A temperatura geral do planeta está subindo e os grandes glaciares, por todo planeta, encontram-se em regressão.
Os próprios Inuites da Gronelândia já se queixam da ausência de gelo nos fiordes onde ainda à pouco tempo se erguiam majestosos glaciares e das temperaturas demasiado altas, como nunca antes haviam constactado.
Ora o degelo das grandes superfícies geladas do planeta irá provocar um aumento do nível das águas marítimas e um comportamento mais imprevisível do clima, provocado pelo desequilíbrio de salinidade e temperatura das águas dos oceanos. É de esperar que isso venha a ter graves repercursões nas cidades costeiras.
De certo todos têm bem presentes a tragédia que se abateu sobre Nova Orleães com o furacão Katrina.
Actualmente as grandes catástrofes climatéricas são monitorizáveis e previstas atempadamente o suficiente para que se possam tomar medidas preventivas. Mas em caso de evacuação geral é fácil imaginar o caos que inviabilizaria a evacuação imediata duma mega-metrópole. Diria até que tal seria impraticável.
As nossas cidades não podem crescer desmesuradamente. A ganância não se pode sobrepor à razão, nem pode manipular o descernimento dos governantes. Toda a sociedade tem de rever os seus propósitos e repensar o seu modo de viver nas cidades. Quantas mais pessoas se tiverem amontoado numa zona de desastre mais vítimas haverá. E mais difícil será a mobilização de meios para poder a todos acudir devidamente.
Já somos possuidores de conhecimento científico e de tecnologias suficientes para podermos projectar devidamente as nossas cidades, levando em conta todos os infortúnios do destino. Para fazermos jus ao saber acomulado em milénios de civilização, deveríamos começar a reordenar as cidades que sabemos estar em zonas de risco e investir na edificação de cidades projectadas para sempre apresentarem bons desempenhos em todas as situações.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
MUNDUS DEPRESSIVUS
A juventude é sinónimo de alegria, esperança e vitalidade. Ou, pelo menos, assim a idealizamos e acreditávamos que fosse. Mas cada vez mais me deparo, no meu quotidiano, com jovens deprimidos, desalentados e à toa, sem saber que rumo dar às suas vidas.
Durante milénios aprofundamos o saber, desenvolvemos a tecnologia, ultrapassámos os limites que anteriormente seriam impensáveis de ser batidos, inventámos morais, dogmas, códigos e tudo mais que entendemos necessário a uma melhor existência.
Mas porque somos cada vez mais infelizes?
Porque será que nesta nossa civilização, tão longamente elaborada e expandida, a felicidade está na razão inversa da abastança?
Porque seremos nós capazes de gastar milhões levando um homem até à Lua e trazendo-o de volta são e salvo e não somos capazes de gastar muito menos para livrarmos todos os humanos da fome?
E porque não conseguimos nós entender estas disparidades?
No passado o maior flagelo da Humanidade eram as suas inúmeras carências. Hoje o grande flagelo da Humanidade é a abastança. Só que toda essa abastança está retida nas mãos duma ínfima minoria. E a ganância alimenta-se da sua própria avidez. Assim quanto mais ricos mais ansiosos de maior riqueza.
Se apresarmos um rio com uma barragem, ele deixará de correr. A juzante dela, nos terrenos outrora irrigados e férteis, apenas aridez e deserto crescerão, tudo cobrindo com o manto da desolação. Entretanto a montante as águas aprisionadas aumentarão cada vez mais a sua pressão contra os muros do dique, esperando a oportunidade duma brecha para estoirarem com uma fúria devastadora.
Do mesmo modo uma pequena elite de senhores deste mundo joga com os destinos de toda a Humanidade. Mas se outrora o Poder estava nas mãos dos Monarcas e Governantes, agora não mais é assim. Os Governantes de hoje já não são os senhores do Poder. Quando o povo percebe que os seus Governantes já não governam mais, sendo apenas títeres de obscuras figuras dissimuladas num anonimato indecifrável e malévolo, o povo não pode mais ser feliz e passa a temer pelo seu destino.
Os jovens de hoje são o rosto do futuro. Olhando nos olhos dos nossos jovens podemos antever o amanhã. E o que vemos não é de modo nenhum animador. Alegria e confiança não são mais sentimentos que encontremos nos olhos dos nossos jovens. Medo, intranquilidade e raiva; muita raiva, uma raiva contida mas crescente, é o que observamos no olhar dos nossos jovens.
Mas eu não sou um arauto da desgraça. Não sou, nem serei!
Eu acredito que entre estes jovens desalentados e deprimidos, muitos carregam no fundo das suas almas a semente do mundo de amanhã. O mundo que será deles e que eles saberão construir a seu modo.
Um mundo bem diferente daquele que lhes deixamos de herança.
Durante milénios aprofundamos o saber, desenvolvemos a tecnologia, ultrapassámos os limites que anteriormente seriam impensáveis de ser batidos, inventámos morais, dogmas, códigos e tudo mais que entendemos necessário a uma melhor existência.
Mas porque somos cada vez mais infelizes?
Porque será que nesta nossa civilização, tão longamente elaborada e expandida, a felicidade está na razão inversa da abastança?
Porque seremos nós capazes de gastar milhões levando um homem até à Lua e trazendo-o de volta são e salvo e não somos capazes de gastar muito menos para livrarmos todos os humanos da fome?
E porque não conseguimos nós entender estas disparidades?
No passado o maior flagelo da Humanidade eram as suas inúmeras carências. Hoje o grande flagelo da Humanidade é a abastança. Só que toda essa abastança está retida nas mãos duma ínfima minoria. E a ganância alimenta-se da sua própria avidez. Assim quanto mais ricos mais ansiosos de maior riqueza.
Se apresarmos um rio com uma barragem, ele deixará de correr. A juzante dela, nos terrenos outrora irrigados e férteis, apenas aridez e deserto crescerão, tudo cobrindo com o manto da desolação. Entretanto a montante as águas aprisionadas aumentarão cada vez mais a sua pressão contra os muros do dique, esperando a oportunidade duma brecha para estoirarem com uma fúria devastadora.
Do mesmo modo uma pequena elite de senhores deste mundo joga com os destinos de toda a Humanidade. Mas se outrora o Poder estava nas mãos dos Monarcas e Governantes, agora não mais é assim. Os Governantes de hoje já não são os senhores do Poder. Quando o povo percebe que os seus Governantes já não governam mais, sendo apenas títeres de obscuras figuras dissimuladas num anonimato indecifrável e malévolo, o povo não pode mais ser feliz e passa a temer pelo seu destino.
Os jovens de hoje são o rosto do futuro. Olhando nos olhos dos nossos jovens podemos antever o amanhã. E o que vemos não é de modo nenhum animador. Alegria e confiança não são mais sentimentos que encontremos nos olhos dos nossos jovens. Medo, intranquilidade e raiva; muita raiva, uma raiva contida mas crescente, é o que observamos no olhar dos nossos jovens.
Mas eu não sou um arauto da desgraça. Não sou, nem serei!
Eu acredito que entre estes jovens desalentados e deprimidos, muitos carregam no fundo das suas almas a semente do mundo de amanhã. O mundo que será deles e que eles saberão construir a seu modo.
Um mundo bem diferente daquele que lhes deixamos de herança.
domingo, 13 de julho de 2008
O NOVO INDIVÍDUO, O NOVO MUNDO
Construimos um novo mundo, uma nova sociedade, um novo indivíduo. Porque hoje, cada vez mais, vivemos a individualidade. E isso é uma nova experiência para a espécie humana. Novos desafios são-nos lançados, ao nos encontrarmos confrontados com um mundo complexamente imenso e completamente entregues a nós próprios.
Estamos deixando de ser uma sociedade de grupos, de classes, para sermos uma sociedade de indivíduos. É essa a ideia subjacente à Declaração dos Direitos Humanos. E foi este o primeiro sinal evidente que um novo mundo se anunciava para a Humanidade.
Temos de reaprender tudo. Temos de aprender aquilo que os ancestrais costumes e modelos não nos podem ensinar, pois agora a História já não se faz de Passado, mas sim de Futuro. A actual História da Humanidade faz-se das espectativas em relação à própria continuidade da existência da espécie Humana. A História, a Arqueologia, a Antropologia, a Paleontologia, já testemunharam a extinção de inumeras espécies. Desta vez a História estuda a ameaça de extinção da nossa própria espécie.
Seremos assim tão sagazes que saberemos nos esquivar a essa ameaça cada vez mais declarada e evidente?
Indícios científicamente demonstrados testemunham já alguns pré-sinais do surgimento de uma nova espécie Humana; o sucessor do Homo Sapiens. E se reflectirmos desapaixonadamente poderemos até ter alguns vislumbres de como essa nova espécie poderá ser. Sabendo nós que os organismos vivos se adaptam e adequam ao meio ambiente e ao modo como vivem, fácil será anteciparmos alguns padrões base dessa nova espécie.
Tudo se desenvolve a partir do declínio dos arquétipos obsoletos dos modelos sociais e da inadequação metabólica dos corpos humanos a novos estilos de vida e interacção com o meio-ambiente.
Nós descendemos duma linhagem primitiva de caçadores-recolectores que se agrupavam em clãs tribais baseados em micro-células familiares. Essas foram as condicionantes nucleares para o desenvolvimento metabólico e social da nossa espécie. Esses pressupostos não se verificam mais e daí vemo-nos cada vez mais desajustados do mundo, que ao longo da história fomos criando para nós próprios.
Queixamo-nos da obesidade cada vez mais disseminada. Basta ver que o nosso metabolismo foi desenhado para uma espécie que tinha de perseguir caça e procurar arduamente por alimentos, além de ter de se prover de reservas de gordura que lhe possibilitassem a subsistência nos períodos de escassez de recursos. Hoje nada disso acontece, só temos de abrir a porta do frigorífico para encontrar tudo aquilo que necessitamos e muito mais, mas o metabolismo continua funcionando do mesmo modo para o qual foi primariamente moldado: acumular.
Deixamos de ter existências fisicamente mais dinâmicas para termos existências intelectualmente mais activas. Substituimos o nomadismo e a actividade física, pelo sedentarismo e a actividade mental. Já não temos de recorrer à actividade física para nos alimentarmos e cada vez menos recorremos a ela para assegurar a função de providenciar a obtenção do nosso sustento. Contudo o metabolismo dos nossos corpos continua acomulando reservas, tal como foi programado para o fazer quando as condições de sobrevivência humana eram mais precárias e difíceis.
A nível social criámos sentimentos fortemente gregários que nos instavam a nos congregarmos em grupos coesos, cujos membros se apoiavam e defendiam mutuamente, perante as muitas adversidades com que se deparavam no seu mundo. Esses grupos tinham de estabelecer códigos e regras de interacção, que possibilitassem a sua própria manutenção, como organismo social. Daí se criaram as bases das hierarquias e da Lei. Mas num mundo em que o indivíduo isolado não tinha condição para sobreviver a um mundo hostil, o peso da coesão grupal sobrepunha-se ao direito à individualidade. Então não desenvolvemos as bases dum verdadeiro auto-reconhecimento individual apartado do grupo.
A nossa experiência actual indica-nos que cada vez mais a nossa postura social está orientada na procura do eu-individual em detrimento do eu-grupal.
Estamos deixando de ser uma sociedade de grupos, de classes, para sermos uma sociedade de indivíduos. É essa a ideia subjacente à Declaração dos Direitos Humanos. E foi este o primeiro sinal evidente que um novo mundo se anunciava para a Humanidade.
Temos de reaprender tudo. Temos de aprender aquilo que os ancestrais costumes e modelos não nos podem ensinar, pois agora a História já não se faz de Passado, mas sim de Futuro. A actual História da Humanidade faz-se das espectativas em relação à própria continuidade da existência da espécie Humana. A História, a Arqueologia, a Antropologia, a Paleontologia, já testemunharam a extinção de inumeras espécies. Desta vez a História estuda a ameaça de extinção da nossa própria espécie.
Seremos assim tão sagazes que saberemos nos esquivar a essa ameaça cada vez mais declarada e evidente?
Indícios científicamente demonstrados testemunham já alguns pré-sinais do surgimento de uma nova espécie Humana; o sucessor do Homo Sapiens. E se reflectirmos desapaixonadamente poderemos até ter alguns vislumbres de como essa nova espécie poderá ser. Sabendo nós que os organismos vivos se adaptam e adequam ao meio ambiente e ao modo como vivem, fácil será anteciparmos alguns padrões base dessa nova espécie.
Tudo se desenvolve a partir do declínio dos arquétipos obsoletos dos modelos sociais e da inadequação metabólica dos corpos humanos a novos estilos de vida e interacção com o meio-ambiente.
Nós descendemos duma linhagem primitiva de caçadores-recolectores que se agrupavam em clãs tribais baseados em micro-células familiares. Essas foram as condicionantes nucleares para o desenvolvimento metabólico e social da nossa espécie. Esses pressupostos não se verificam mais e daí vemo-nos cada vez mais desajustados do mundo, que ao longo da história fomos criando para nós próprios.
Queixamo-nos da obesidade cada vez mais disseminada. Basta ver que o nosso metabolismo foi desenhado para uma espécie que tinha de perseguir caça e procurar arduamente por alimentos, além de ter de se prover de reservas de gordura que lhe possibilitassem a subsistência nos períodos de escassez de recursos. Hoje nada disso acontece, só temos de abrir a porta do frigorífico para encontrar tudo aquilo que necessitamos e muito mais, mas o metabolismo continua funcionando do mesmo modo para o qual foi primariamente moldado: acumular.
Deixamos de ter existências fisicamente mais dinâmicas para termos existências intelectualmente mais activas. Substituimos o nomadismo e a actividade física, pelo sedentarismo e a actividade mental. Já não temos de recorrer à actividade física para nos alimentarmos e cada vez menos recorremos a ela para assegurar a função de providenciar a obtenção do nosso sustento. Contudo o metabolismo dos nossos corpos continua acomulando reservas, tal como foi programado para o fazer quando as condições de sobrevivência humana eram mais precárias e difíceis.
A nível social criámos sentimentos fortemente gregários que nos instavam a nos congregarmos em grupos coesos, cujos membros se apoiavam e defendiam mutuamente, perante as muitas adversidades com que se deparavam no seu mundo. Esses grupos tinham de estabelecer códigos e regras de interacção, que possibilitassem a sua própria manutenção, como organismo social. Daí se criaram as bases das hierarquias e da Lei. Mas num mundo em que o indivíduo isolado não tinha condição para sobreviver a um mundo hostil, o peso da coesão grupal sobrepunha-se ao direito à individualidade. Então não desenvolvemos as bases dum verdadeiro auto-reconhecimento individual apartado do grupo.
A nossa experiência actual indica-nos que cada vez mais a nossa postura social está orientada na procura do eu-individual em detrimento do eu-grupal.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
TEMPO DE CONSTRUIR
Mudou um século. Mudou um milénio. O Futuro é hoje!
Mas estaremos nós preparados para viver o futuro? Saberemos nós estar à altura das expectativas do Mundo Novo que todos sonhamos construir?
Tanto o avanço científico como o tecnológico, possibilitam a alteração por completo do nosso modo de viver. Mas seremos já capazes de integrar esse novo modo de estar e viver?
Muito se fala em avanços tecnológicos e na sua introdução no nosso quotidiano, para nossa comudidade e conforto. Mas não escuto o mesmo entusiasmo em falar da necessidade de criar novos modelos filosóficos que nos ajudem a entender e assimilar as mudanças que se geram no nosso mundo.
Toda uma avalanche de novas tecnologias alteram continuamente os nossos hábitos e quotidianos. A percepção que cada um tem da vida está em mutação contínua. O que era válido ontem, poderá já não ter o mesmo sentido amanhã. Muitos (os mais velhos) queixam-se da perda de valores. Mas será que essa perda está sendo substituida por novos valores? Ou apenas está deixando um grande vazio por preencher?
A sociedade insiste em se reger por padrões obsoletos e desenquadrados das realidades com que nos deparamos nos dias de hoje. Os modelos de tradição e moral de outrora já não enquadram as realidades de hoje.
Como podemos ainda estar ponderando novos padrões de comportamento tomando como referência modelos ditados quando a humanidade ainda desconhecia a forma da Terra? Quando tampouco sabia que a Terra girava em torno do Sol e que era esse movimento que estava na origem da sequência dos dias e das noites. Quando o modo de locomoção mais rápido era viajar no dorso dum cavalo a galope.
À dois mil anos atrás, Cristo afirmou: «Eu sou a nova Lei!» confirmando assim a necessidade de ruptura com os modelos de pensamento e de juizo obsolectos para a altura e que se mostravam ultrapassados e inválidos para um mundo novo, que ele antevia para a época. Está na altura de afirmarmos o mesmo: «Que venha a nova Lei!». Que nos contemporizemos com os novos conhecimentos e conceitos que fomos acumulando ao longo de séculos, de milénios.
Num mundo que se renova dia-a-dia já não há lugar para tradições rígidas e cristalizadas num passado conservador. O Presente faz-se de permanente mudança e exige contínua adaptação.
Os modelos tradicionais de outrora, baseados no núcleo familiar convencional, não têm mais cabimento num mundo onde já nem há necessidade duma cópula genital para se gerar uma nova vida, uma nova criança. Os padrões sociais estão em mutação e isso é um facto imparável.
Já nada justifica a manutenção duma clivagem entre ricos e pobres, quando temos consciência que há no planeta o suficiente para todos vivermos com dignidade e a capacidade física para tornar isso possível.
Lutar contra a mudança é criar atrito e provocar confronto.
É tempo de refazer os modelos sociais e encarar novas filosofias.
É tempo de convidar os Pensadores e os Filósofos a avançarem para a praça pública e debaterem perante todos as referências e os modelos que deverão direccionar o nosso entendimento comum, com os Políticos e Governantes escutando-os e inspirando-se nas suas avaliações.
É tempo de todos começarmos a Pensar! Cada um com a sua cabeça!
É tempo de perceber que a Humanidade está deixando de ser um aglomerado de grupos sociais, para passar a ser uma sociedade de indivíduos com identidades próprias e objectivos pessoais.
É tempo de começar a construir o Futuro!
Mas estaremos nós preparados para viver o futuro? Saberemos nós estar à altura das expectativas do Mundo Novo que todos sonhamos construir?
Tanto o avanço científico como o tecnológico, possibilitam a alteração por completo do nosso modo de viver. Mas seremos já capazes de integrar esse novo modo de estar e viver?
Muito se fala em avanços tecnológicos e na sua introdução no nosso quotidiano, para nossa comudidade e conforto. Mas não escuto o mesmo entusiasmo em falar da necessidade de criar novos modelos filosóficos que nos ajudem a entender e assimilar as mudanças que se geram no nosso mundo.
Toda uma avalanche de novas tecnologias alteram continuamente os nossos hábitos e quotidianos. A percepção que cada um tem da vida está em mutação contínua. O que era válido ontem, poderá já não ter o mesmo sentido amanhã. Muitos (os mais velhos) queixam-se da perda de valores. Mas será que essa perda está sendo substituida por novos valores? Ou apenas está deixando um grande vazio por preencher?
A sociedade insiste em se reger por padrões obsoletos e desenquadrados das realidades com que nos deparamos nos dias de hoje. Os modelos de tradição e moral de outrora já não enquadram as realidades de hoje.
Como podemos ainda estar ponderando novos padrões de comportamento tomando como referência modelos ditados quando a humanidade ainda desconhecia a forma da Terra? Quando tampouco sabia que a Terra girava em torno do Sol e que era esse movimento que estava na origem da sequência dos dias e das noites. Quando o modo de locomoção mais rápido era viajar no dorso dum cavalo a galope.
À dois mil anos atrás, Cristo afirmou: «Eu sou a nova Lei!» confirmando assim a necessidade de ruptura com os modelos de pensamento e de juizo obsolectos para a altura e que se mostravam ultrapassados e inválidos para um mundo novo, que ele antevia para a época. Está na altura de afirmarmos o mesmo: «Que venha a nova Lei!». Que nos contemporizemos com os novos conhecimentos e conceitos que fomos acumulando ao longo de séculos, de milénios.
Num mundo que se renova dia-a-dia já não há lugar para tradições rígidas e cristalizadas num passado conservador. O Presente faz-se de permanente mudança e exige contínua adaptação.
Os modelos tradicionais de outrora, baseados no núcleo familiar convencional, não têm mais cabimento num mundo onde já nem há necessidade duma cópula genital para se gerar uma nova vida, uma nova criança. Os padrões sociais estão em mutação e isso é um facto imparável.
Já nada justifica a manutenção duma clivagem entre ricos e pobres, quando temos consciência que há no planeta o suficiente para todos vivermos com dignidade e a capacidade física para tornar isso possível.
Lutar contra a mudança é criar atrito e provocar confronto.
É tempo de refazer os modelos sociais e encarar novas filosofias.
É tempo de convidar os Pensadores e os Filósofos a avançarem para a praça pública e debaterem perante todos as referências e os modelos que deverão direccionar o nosso entendimento comum, com os Políticos e Governantes escutando-os e inspirando-se nas suas avaliações.
É tempo de todos começarmos a Pensar! Cada um com a sua cabeça!
É tempo de perceber que a Humanidade está deixando de ser um aglomerado de grupos sociais, para passar a ser uma sociedade de indivíduos com identidades próprias e objectivos pessoais.
É tempo de começar a construir o Futuro!
segunda-feira, 7 de julho de 2008
URBANA DIVAGAÇÃO 2: GUELRAS 1
Nós, Humanos, não temos guelras.
Dedicado tanto empenho ao estudo profundo de toda a realidade que nos rodeia, ainda nos deixamos reger pela lei do arbítrio, sem o mínimo de inteligência governativa. Investimos no desenvolvimento da Ciência, para com o conhecimento adquirido tornar a existência humana mais fácil, contudo continua a imperar a lei do lucro, fácil e imediato, nem que para tal tenhamos de nos expôr todos a evidentes riscos, tanto de integridade física como moral.
Nem mesmo séculos de propaganda religiosa e moralista conseguiram erradicar a infame ganância extrema. E isso tem limitado a nossa evolução como espécie bem sucedida na sua adaptação ao mundo aritificial por nós mesmos concebido.
Todos procuram a grande oportunidade de sucesso fácil e lucrativo e tal ambição significa que o alvo são as grandes metrópoles, onde acreditam residir a solução dos seus sonhos. E tais movimentos migratórios provocam um sobrepovoamento de cidades, que não foram planificadas de raiz e muito menos têm condições para proporcionar bem-estar aos milhares que continuamente nelas se instalam.
Uma cidade deveria ser pensada e definida em todas as suas valências de objectivos económicos, de sustentabilidade da sua população, de enquadramento paisagistico, de adequação geológica e de enquadramento nos bio-sistemas da região. Outros parâmetros poderiam e deveriam ser ainda apreciados, mas nomeio apenas estes a título de exemplo. Ora nada disto verificamos, pois herdamos burgos históricos que cresceram com os fluxos e refluxos dos seus diferentes períodos de melhor ou pior crescimento económico e humano.
Actualmente vemos um enorme êxodo das populações das zonas tipicamente rurais e rústicas para os grandes centros urbanos, contribuindo assim para o agigantamento dessas cidades. Muitas delas crescendo em torno de obsolectos centros históricos, incapazes de servir toda a sofreguidão da existência quotidiana da nossa civilização actual.
Essa expansão populacional das grandes cidades leva a uma elevada concentração demográfica num mesmo espaço geográfico, que tem como consequência um agravamento das assimetrias sociais, criando enormes bolhas de pobreza junto a pequenos focos de despudorada abastança. Socialmente isso é a origem de graves instabilidades nos relacionamentos inter-grupos que acabam por aumentos preocupantes de marginalidade e violência.
Mas cada vez mais assistimos à expansão das grandes urbes, sem que os governantes, das regiões e países onde tais fenómenos ocorrem, tomem verdadeiras medidas de resolução dos problemas causados por práticas políticas de permissividade.
Fala-se muito em mega-cidades. E até como sendo esse o modelo de aglomeramento urbano do futuro. As mega-cidades são uma insanidade urbana, maior ainda quando elas se situam na linha de costa marítima. É demais sabido que a presença e actividade humanas provocam repercussões nefastas no meio-natural e que a longo prazo acabam por ter um reflexo igualmente negativo em nós próprios.
O clima da Terra está se alterando. São contínuas as publicações de relatórios não só alertando para a eventualidade da ocorrência de graves transtornos climáticos, como até testemunhando já a ocorrência dos mesmos. E essas ocorrências são cada vez mais frequentes e com cada vez maior gravidade e impacto. Em face a tais perspectivas do agravamento da ocorrência de catastrofes naturais, deveria ser feita uma profunda reflexão sobre como gerir o urbanismo perante a eventualidade, já demais provada, dum agravamento das condições climatéricas globais. Medidas profundas devem ser tomadas a menos que queiramos continuar a assistir a calamidades como as de Nova Orleães, aquando do furacão Catrina.
As cidades não podem continuar a agigantar-se, pois isso inviabiliza uma pronta e eficiente intervenção em casos de emergência generalizada. Já para não falar no fortíssimo e devastador impacto negativo em todos os bio-sistemas naturais das áreas circundantes.
Basta pensar numa simples situação de evacuação de emergência duma mega-cidade. Está alguma das grandes urbes do nosso planeta preparada para realizar eficientemente um tão básico método de salvaguarda de vidas humanas?
Quando se fala em direitos humanos e se os invoca a pretexto de tudo, seria bom que os governantes começassem a mostrar a coragem política de tomar medidas verdadeiramente científicas na definição dos modos de vivência padrão apropriadamente convenientes para todos nós.
Dedicado tanto empenho ao estudo profundo de toda a realidade que nos rodeia, ainda nos deixamos reger pela lei do arbítrio, sem o mínimo de inteligência governativa. Investimos no desenvolvimento da Ciência, para com o conhecimento adquirido tornar a existência humana mais fácil, contudo continua a imperar a lei do lucro, fácil e imediato, nem que para tal tenhamos de nos expôr todos a evidentes riscos, tanto de integridade física como moral.
Nem mesmo séculos de propaganda religiosa e moralista conseguiram erradicar a infame ganância extrema. E isso tem limitado a nossa evolução como espécie bem sucedida na sua adaptação ao mundo aritificial por nós mesmos concebido.
Todos procuram a grande oportunidade de sucesso fácil e lucrativo e tal ambição significa que o alvo são as grandes metrópoles, onde acreditam residir a solução dos seus sonhos. E tais movimentos migratórios provocam um sobrepovoamento de cidades, que não foram planificadas de raiz e muito menos têm condições para proporcionar bem-estar aos milhares que continuamente nelas se instalam.
Uma cidade deveria ser pensada e definida em todas as suas valências de objectivos económicos, de sustentabilidade da sua população, de enquadramento paisagistico, de adequação geológica e de enquadramento nos bio-sistemas da região. Outros parâmetros poderiam e deveriam ser ainda apreciados, mas nomeio apenas estes a título de exemplo. Ora nada disto verificamos, pois herdamos burgos históricos que cresceram com os fluxos e refluxos dos seus diferentes períodos de melhor ou pior crescimento económico e humano.
Actualmente vemos um enorme êxodo das populações das zonas tipicamente rurais e rústicas para os grandes centros urbanos, contribuindo assim para o agigantamento dessas cidades. Muitas delas crescendo em torno de obsolectos centros históricos, incapazes de servir toda a sofreguidão da existência quotidiana da nossa civilização actual.
Essa expansão populacional das grandes cidades leva a uma elevada concentração demográfica num mesmo espaço geográfico, que tem como consequência um agravamento das assimetrias sociais, criando enormes bolhas de pobreza junto a pequenos focos de despudorada abastança. Socialmente isso é a origem de graves instabilidades nos relacionamentos inter-grupos que acabam por aumentos preocupantes de marginalidade e violência.
Mas cada vez mais assistimos à expansão das grandes urbes, sem que os governantes, das regiões e países onde tais fenómenos ocorrem, tomem verdadeiras medidas de resolução dos problemas causados por práticas políticas de permissividade.
Fala-se muito em mega-cidades. E até como sendo esse o modelo de aglomeramento urbano do futuro. As mega-cidades são uma insanidade urbana, maior ainda quando elas se situam na linha de costa marítima. É demais sabido que a presença e actividade humanas provocam repercussões nefastas no meio-natural e que a longo prazo acabam por ter um reflexo igualmente negativo em nós próprios.
O clima da Terra está se alterando. São contínuas as publicações de relatórios não só alertando para a eventualidade da ocorrência de graves transtornos climáticos, como até testemunhando já a ocorrência dos mesmos. E essas ocorrências são cada vez mais frequentes e com cada vez maior gravidade e impacto. Em face a tais perspectivas do agravamento da ocorrência de catastrofes naturais, deveria ser feita uma profunda reflexão sobre como gerir o urbanismo perante a eventualidade, já demais provada, dum agravamento das condições climatéricas globais. Medidas profundas devem ser tomadas a menos que queiramos continuar a assistir a calamidades como as de Nova Orleães, aquando do furacão Catrina.
As cidades não podem continuar a agigantar-se, pois isso inviabiliza uma pronta e eficiente intervenção em casos de emergência generalizada. Já para não falar no fortíssimo e devastador impacto negativo em todos os bio-sistemas naturais das áreas circundantes.
Basta pensar numa simples situação de evacuação de emergência duma mega-cidade. Está alguma das grandes urbes do nosso planeta preparada para realizar eficientemente um tão básico método de salvaguarda de vidas humanas?
Quando se fala em direitos humanos e se os invoca a pretexto de tudo, seria bom que os governantes começassem a mostrar a coragem política de tomar medidas verdadeiramente científicas na definição dos modos de vivência padrão apropriadamente convenientes para todos nós.
sábado, 5 de julho de 2008
WC GRAFFITIS
Os sanitários públicos masculinos são uma área exclusivamente destinada aos homens.
Esses espaços são reservados às práticas intimas das necessidades fisiológicas exclusivas aos membros masculinos da espécie humana: os homens. Como tal é um espaço que deve estar sujeito a uma morfologia própria e com um código próprio de utilização; código esse que tem que ver com os perfis padrão do que se entende como sendo o comportamento tradicional masculino.
Uma das coisas que mais me diverte e informa sobre o entendimento do comportamento do meio-social em que me insiro, é a observação e leitura dos graffitis expostos no interior das cabinas individuais das retretes masculinas.
Mais ou menos obscenos, mais ou menos insultuosos, mais ou menos racistas, mais ou menos escatológicos, são verdadeiras obras primas de arte espontânea e o modo mais primário e imediato, de exorcizar os fantasmas que habitam o interior das almas dos seus autores. São um retrato autêntico e actualizado das forças telúricas que modelam as nuances da interacção dos diferentes grupos sociais que compõem uma comunidade.
Pode ler-se de tudo: a glorificação de clubes de futebol pelos seus adeptos e a subsequente troca de insultos entre adeptos de clubes rivais, o mesmo acontecendo em relação a diferentes partidos políticos; desabafos e imprecações contra as políticas dos governos; a troca de insultos e acusações de cariz xenófobo e racista; a procura de parceiros sexuais com a descrição dos actos pretendidos, uns apresentando contacto telefónico e outros marcando encontros com hora e local especificado; os mais patéticos rosários das infelicidades pessoais, revelando uma imensa frustração (Sartre chamaria de náusea existencial) pela sua própria condição de vida; etc.
Esse tipo de manifestação e intervenção social deveria ser respeitado e preservado, enquanto testemunho museológico vivo do mundo em que decorre o quotidiano de nós homens.
Sinto-me afrontado cada vez que verifico que tais testemunhos foram eliminados por clínicas camadas de tinta branca, num púdico e prepotente atentado à liberdade de expressão e afirmação.
Os sanitários masculinos são reservados a homens e estes têm uma expressão tipificada. Pode ser alarve, rude, boçal e obscenamente decadente, mas é uma forma de expressão própria e que condicionada a um espaço de acesso restrito e selectivo, não pode ser apreciada como se a mesma se verificasse em locais de acesso livre e geral. Por isso acho atentatória da liberdade de expressão a eliminação desses testemunhos em tais locais.
Abaixo o pudor moralista!!!
Esses espaços são reservados às práticas intimas das necessidades fisiológicas exclusivas aos membros masculinos da espécie humana: os homens. Como tal é um espaço que deve estar sujeito a uma morfologia própria e com um código próprio de utilização; código esse que tem que ver com os perfis padrão do que se entende como sendo o comportamento tradicional masculino.
Uma das coisas que mais me diverte e informa sobre o entendimento do comportamento do meio-social em que me insiro, é a observação e leitura dos graffitis expostos no interior das cabinas individuais das retretes masculinas.
Mais ou menos obscenos, mais ou menos insultuosos, mais ou menos racistas, mais ou menos escatológicos, são verdadeiras obras primas de arte espontânea e o modo mais primário e imediato, de exorcizar os fantasmas que habitam o interior das almas dos seus autores. São um retrato autêntico e actualizado das forças telúricas que modelam as nuances da interacção dos diferentes grupos sociais que compõem uma comunidade.
Pode ler-se de tudo: a glorificação de clubes de futebol pelos seus adeptos e a subsequente troca de insultos entre adeptos de clubes rivais, o mesmo acontecendo em relação a diferentes partidos políticos; desabafos e imprecações contra as políticas dos governos; a troca de insultos e acusações de cariz xenófobo e racista; a procura de parceiros sexuais com a descrição dos actos pretendidos, uns apresentando contacto telefónico e outros marcando encontros com hora e local especificado; os mais patéticos rosários das infelicidades pessoais, revelando uma imensa frustração (Sartre chamaria de náusea existencial) pela sua própria condição de vida; etc.
Esse tipo de manifestação e intervenção social deveria ser respeitado e preservado, enquanto testemunho museológico vivo do mundo em que decorre o quotidiano de nós homens.
Sinto-me afrontado cada vez que verifico que tais testemunhos foram eliminados por clínicas camadas de tinta branca, num púdico e prepotente atentado à liberdade de expressão e afirmação.
Os sanitários masculinos são reservados a homens e estes têm uma expressão tipificada. Pode ser alarve, rude, boçal e obscenamente decadente, mas é uma forma de expressão própria e que condicionada a um espaço de acesso restrito e selectivo, não pode ser apreciada como se a mesma se verificasse em locais de acesso livre e geral. Por isso acho atentatória da liberdade de expressão a eliminação desses testemunhos em tais locais.
Abaixo o pudor moralista!!!
quinta-feira, 3 de julho de 2008
O CASO GAY 2: "IT'S A GIRL!"
Nasceu a 29 de Junho de 2008, do sexo feminino e filha do primeiro homem, que se tenha conhecimento, a dar à luz uma criança. Thomas Beatie, o nome do feliz pai parturiente.
(http://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Beatie#Pregnancy_among_intersex_and_transgender_people)
Para muitos pode parecer estranho.
Muitos acreditarão que o sexo dum ser humano está determinado logo desde o início do seu desenvolvimento, já mesmo enquanto embrião. Não. O embrião é dotado de rudimentares orgãos genitais indistintos na sua morfologia determinante do género.
Pode assim dizer-se que todos nascemos com ambos os sexos. Potenciais hermafroditas. Os orgãos genitais vão tomando a sua forma definitiva, macho ou fémea, durante o desenvolvimento do embrião para feto.
Na essência os orgãos sexuais de ambos os géneros têm uma origem única, sofrendo uma metamorfose ao longo do seu desenvolvimento, que irá determinar toda a condição do indivíduo. O recolhimento dos testículos para o interior do baixo ventre dá origem aos ovários, enquanto o pénis se atrofia até restar apenas um clítoris (descrição tosca e sintetisada, dum processo mais complexo mas que não vem ao caso).
Desde sempre trazemos em nós características de ambos os sexos, por mais masculinos ou femininos que nos queiramos assumir.
Cada vez mais percebemos isso, enquanto evoluimos como espécie. E desse modo, nos vamos moldando e incorporando os modelos distintos dessa dicotomia, que o processo evolutivo indica estar votada à dissipação.
Em termos socioculturais encontramos provas dessa evolução a todo o momento, nos membros das sociedades mais elaboradas e informadas. Cada vez mais os papeis padrão dos arquétipos feminino e masculino tradicionais vão perdendo o seu cariz de tabu, para serem indiferentemente experienciados por ambos os lados da dicotomia macho/fémea. Os homens já choram publicamente, com evidente orgulho da sua sensibilidade sentimental, assim como as mulheres enveredam por carreiras profissionais em desempenhos anteriormente exclusivamente reservados aos mais másculos indivíduos.
Nessa faceta evolutiva da Humanidade rumo à androgninia, os homossexuais são os prenunciadores do futuro, no modo como incorporam em si espontaneamente os modelos anteriormente antagonizados.
O caso de Thomas Beatie é ilustrativo da versatibilidade da Natureza e da sua capacidade de readaptação e reformulação. Essa qualidade associada ao engenho da Ciência humana, permite a ascenção do Ser Humano a níveis de evolução que o levarão até ao preâmbulo do surgimento da próxima espécie Humana. O Homo Sapiens levará a sua evolução até ao crepúsculo da sua extinção, que dará lugar à aurora do seu sucessor no imparável rumo evolutivo perene em todo o Universo.
(http://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Beatie#Pregnancy_among_intersex_and_transgender_people)
Para muitos pode parecer estranho.
Muitos acreditarão que o sexo dum ser humano está determinado logo desde o início do seu desenvolvimento, já mesmo enquanto embrião. Não. O embrião é dotado de rudimentares orgãos genitais indistintos na sua morfologia determinante do género.
Pode assim dizer-se que todos nascemos com ambos os sexos. Potenciais hermafroditas. Os orgãos genitais vão tomando a sua forma definitiva, macho ou fémea, durante o desenvolvimento do embrião para feto.
Na essência os orgãos sexuais de ambos os géneros têm uma origem única, sofrendo uma metamorfose ao longo do seu desenvolvimento, que irá determinar toda a condição do indivíduo. O recolhimento dos testículos para o interior do baixo ventre dá origem aos ovários, enquanto o pénis se atrofia até restar apenas um clítoris (descrição tosca e sintetisada, dum processo mais complexo mas que não vem ao caso).
Desde sempre trazemos em nós características de ambos os sexos, por mais masculinos ou femininos que nos queiramos assumir.
Cada vez mais percebemos isso, enquanto evoluimos como espécie. E desse modo, nos vamos moldando e incorporando os modelos distintos dessa dicotomia, que o processo evolutivo indica estar votada à dissipação.
Em termos socioculturais encontramos provas dessa evolução a todo o momento, nos membros das sociedades mais elaboradas e informadas. Cada vez mais os papeis padrão dos arquétipos feminino e masculino tradicionais vão perdendo o seu cariz de tabu, para serem indiferentemente experienciados por ambos os lados da dicotomia macho/fémea. Os homens já choram publicamente, com evidente orgulho da sua sensibilidade sentimental, assim como as mulheres enveredam por carreiras profissionais em desempenhos anteriormente exclusivamente reservados aos mais másculos indivíduos.
Nessa faceta evolutiva da Humanidade rumo à androgninia, os homossexuais são os prenunciadores do futuro, no modo como incorporam em si espontaneamente os modelos anteriormente antagonizados.
O caso de Thomas Beatie é ilustrativo da versatibilidade da Natureza e da sua capacidade de readaptação e reformulação. Essa qualidade associada ao engenho da Ciência humana, permite a ascenção do Ser Humano a níveis de evolução que o levarão até ao preâmbulo do surgimento da próxima espécie Humana. O Homo Sapiens levará a sua evolução até ao crepúsculo da sua extinção, que dará lugar à aurora do seu sucessor no imparável rumo evolutivo perene em todo o Universo.
quarta-feira, 2 de julho de 2008
VIRTUALIDADE REAL
"O futuro da Humanidade é a sociedade do ócio". Estas palavras de Agostinho da Silva (http://pt.wikipedia.org/wiki/Agostinho_da_silva) ficaram para sempre gravadas na minha memória.
A sociedade do ócio, a sociedade do lazer. A sociedade em que o Ser Humano se dedicará por completo a desenvolver as suas capacidades individuais, que o distinguem como criatura inteligente, consciente e criativa.
A sociedade em que cada um terá o seu sustento assegurado, para se poder dedicar às tarefas que entenda mais proveitosas e aprazíveis. A sociedade em que o indivíduo não tem que «ir trabalhar para ganhar o seu sutento», em que o indivíduo terá toda a liberdade de se envolver nas tarefas que a sua inspiração lhe ditar, por puro prazer e satisfação.
Utopia? Creio que não. Não será viável para já, nem para amanhã. Mas um dia todos alcançarão o nível de consciência que permita a cada um assegurar que os seus iguais tenham tanto e o mesmo que ele próprio. E sem que hajam uns mais iguais que outros.
Mas esse futuro, esse mundo, já se começa a vislumbrar um pouco neste universo novo e debutante do virtual, da rede global que possibilita uma comunicação instantânea de e para os pontos mais longínquos do planeta. Um mundo onde cada um pode construir uma nova identidade, que é uma projecção das suas reais aspirações (porque não condicionadas pela crítica mordaz e castradora do seu núcleo familiar/social) e viver os seus sonhos por intermédio de uma entidade ficcionada, mas psicologicamente real. Porque a nossa realidade psicológica não é a mesma que a nossa realidade física.
A sociedade do ócio de Agostinho da Silva está-nos chegando através do mundo dos jogos informáticos de uma vida paralela, dita virtual. Uma segunda vida, em que na verdade temos a liberdade de nos vivermos em pleno, pois não temos os limites atrofiadores do juizo da realidade. Uma segunda vida mais real, porque mais verdadeira, ao ser mais consonante com a nossa imagem interior, a nossa verdadeira imagem, liberta dos condicionalismos impostos pelo mundo dito real.
E esses jogos estão nos ensinando a construir um novo mundo real, onde no futuro o Ser Humano possa viver em plenitude. A hoje chamada realidade virtual é a presente escola dos construtores do futuro.
A identidade dum Ser Humano não mais será avaliada pelo número de camelos que possui, ou a extensão de hectares de terra que herdou. A identidade de cada um não passará mais pelo título académico ou laboral que possui e que determina aquilo a que tem direito e quando.
A virtualidade está aí e é bem real!
A sociedade do ócio, a sociedade do lazer. A sociedade em que o Ser Humano se dedicará por completo a desenvolver as suas capacidades individuais, que o distinguem como criatura inteligente, consciente e criativa.
A sociedade em que cada um terá o seu sustento assegurado, para se poder dedicar às tarefas que entenda mais proveitosas e aprazíveis. A sociedade em que o indivíduo não tem que «ir trabalhar para ganhar o seu sutento», em que o indivíduo terá toda a liberdade de se envolver nas tarefas que a sua inspiração lhe ditar, por puro prazer e satisfação.
Utopia? Creio que não. Não será viável para já, nem para amanhã. Mas um dia todos alcançarão o nível de consciência que permita a cada um assegurar que os seus iguais tenham tanto e o mesmo que ele próprio. E sem que hajam uns mais iguais que outros.
Mas esse futuro, esse mundo, já se começa a vislumbrar um pouco neste universo novo e debutante do virtual, da rede global que possibilita uma comunicação instantânea de e para os pontos mais longínquos do planeta. Um mundo onde cada um pode construir uma nova identidade, que é uma projecção das suas reais aspirações (porque não condicionadas pela crítica mordaz e castradora do seu núcleo familiar/social) e viver os seus sonhos por intermédio de uma entidade ficcionada, mas psicologicamente real. Porque a nossa realidade psicológica não é a mesma que a nossa realidade física.
A sociedade do ócio de Agostinho da Silva está-nos chegando através do mundo dos jogos informáticos de uma vida paralela, dita virtual. Uma segunda vida, em que na verdade temos a liberdade de nos vivermos em pleno, pois não temos os limites atrofiadores do juizo da realidade. Uma segunda vida mais real, porque mais verdadeira, ao ser mais consonante com a nossa imagem interior, a nossa verdadeira imagem, liberta dos condicionalismos impostos pelo mundo dito real.
E esses jogos estão nos ensinando a construir um novo mundo real, onde no futuro o Ser Humano possa viver em plenitude. A hoje chamada realidade virtual é a presente escola dos construtores do futuro.
A identidade dum Ser Humano não mais será avaliada pelo número de camelos que possui, ou a extensão de hectares de terra que herdou. A identidade de cada um não passará mais pelo título académico ou laboral que possui e que determina aquilo a que tem direito e quando.
A virtualidade está aí e é bem real!
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