terça-feira, 30 de dezembro de 2008

O ANO DE ÍCARO

Não tenho o hábito de fazer retrospectivas no final de cada ano. Mas desta vez decidi abrir uma excepção e inclusivamente neste espaço/blog que não está vocacionado para tais temáticas pessoais.

A primeira imagem que me ocorreu foi que este foi o meu Ano de Ícaro. 
Foi o ano em que ascendi mais alto, bem alto no céu dos sonhos e anseios. E, lá no topo queimei as asas e me despenhei no mais fundo abismo. 
Foi um trambolhão e tanto! 
Desmantelei-me por completo, mas tenho estado recompondo o esqueleto e estou terminando o ano com um sabor a vitória. Todos que me tentaram derrotar não levaram a melhor.

Foi este um ano em que pus tudo à prova em minha vida. Tudo e todos, principalmente a mim.
Muito vi, muito me decepcionei, muito aprendi. Mas sobrevivi e sem esforço, recuperei o respeito e admiração que me são devidos.

Voei bem alto, arriscando tudo e tudo perdi. Mas ao perder ganhei. Ganhei-me a mim!!! 
Tudo está bem mais claro agora, em minha mente.

E neste test-force fiquei sabendo quem está comigo e quem nem por isso. Fiquei sabendo os que me aceitam e os que me toleravam em seu proveito.

Na aposta num sonho, joguei todos os trunfos, tudo que me proporcionava uma estabilidade social e de subsistência (emprego, bens e afins). E o fosso tudo engoliu com uma voracidade selvática. Fiquei apenas Eu!
Afinal tudo que apenas importa. Eu.

O melhor de tudo é que aprendi que há Vida para além dessa submissão escrava a uma existência vocacionada para o proveito material e supérfluo, do alimentar uma existência consumista. Do viver uma vida para satisfazer os projectos e caprichos dos outros. Há Vida para lá do "tens que fazer isto! Tens que fazer aquilo! Tens que fazer assim!..." 

Não tenho que fazer nada que vá contra a minha vontade!!!

Foi um ano em que vi muito, observei muito, reflecti muito e aprendi muito. Oh! Se aprendi!...
Acima de tudo aprendi a não me subjugar à vontade chantagista e possessiva dos outros. Aprendi que o melhor caminho para os outros aprenderem, é deixá-los morder a própria cauda.

Foi um ano em que me derrubaram, me chantagearam, me difamaram. Mas no fim, olho agora para trás e não guardo culpa de nada. Observo o caminho percorrido e mantenho a cabeça erguida, disposto a prosseguir, com a dignidade que sempre procurei imprimir em tudo que fosse de minha lavra.

Por tudo isto e muito mais, este foi um dos mais importantes anos da minha vida. Um ano que recordarei por muito tempo e em que me provi de armas e ferramentas para minha salvaguarda nos percursos vindouros.

Acabo este 2008 em Paz e Feliz por ser quem sou!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

ILAÇÕES SOBRE O TEMPO 1

O Tempo é uma continuidade existencial que se mede em ciclos. Pelo menos do nosso ponto de vista dimensional. E a Natureza evolui ao longo do tempo, sempre se renovando e reformulando.

A Humanidade, enquanto parte da Natureza, não está alheia a esse sistema mutável. E se pensar que o pode controlar ou influenciar de algum modo, é pura arrogância. Poderemos quanto muito evitar algumas nefastas consequências sobre a nossa integridade. E pouco mais.

Olhando o comportamento da humanidade no presente, poderíamos parabolizar como sendo um cego num quarto sem porta, procurando a saída. 
Criámos um monstro/civilização que nos escraviza e devora. Deixámos que ele se agigantasse e agora perdemos a firmeza na trela; somos arrastados pelo monstro. E ele dirige-se para o precipício!... 
Mas essa é a nossa oportunidade: o caos!

Até agora, ao longo da nossa História, nós Humanos éramos o nosso principal inimigo. Na nossa mesquinhez, era através da necessidade de ganhar vantagem material nas guerras e disputas, que aplicávamos todo o nosso engenho em melhoramentos tecnológicos, que depois em tempos de paz se revelavam benéficos com aplicações úteis no nosso quotidiano.

Agora que evoluímos até um estado em que somos capazes de promover a nossa própria extinção, passou a Natureza a ser o nosso maior inimigo. Esta a nossa grande oportunidade de dar o Grande Salto em Frente.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

BOAS FESTAS


Para Todos Boas Festas e Feliz 2009!


sábado, 13 de dezembro de 2008

AS CRIANÇAS DA NOSSA AGONIA: O FUTURO

Assistimos diariamente ao recrutamento de crianças e jovens para as mais vis e violentas intervenções sociais.

Falam na nociva influência que os video-jogos têm na formação moral e cívica das crianças e jovens. Mas a criança de 5 anos (5 ANOS!!!) que eu vi, numa reportagem televisiva, que num país africano, envolvido numa daquelas guerras selvaticamente sanguinárias, se apresentava de metralhadora às costas implorando para ser incorporado nas forças de combate, de certeza absoluta não tinha acesso a video-jogos e, muito provavelmente nem saberia do que isso se tratava. Ele apenas vive num mundo de quotidiana violência, em que a dor e o sofrimento são tidos como comuns e a morte é apenas um percalço.

Em zonas de influência islâmica extremista (e cujas práticas nada têm a ver com o Islão anunciado no Corão) as crianças são educadas de modo a perderem o sentido de individualidade e a se sentirem motivadas e impelidas a se explodirem, fazendo com que o seu gesto cause o maior numero de vítimas mortais em redor, crendo nisso como o objectivo máximo das suas vidas.

Na Europa, modelo de tranquilidade social e segurança, amiudadamente vamos assistindo, com um preocupante crescendo de incidências, à sublevação de hordas de jovens investindo com uma agressividade e violência excessivas, contra tudo e todos, recorrendo para tal a qualquer pretexto. Pretexto esse que acaba por ser diminuído pelas proporções  insanas dos protestos.

Com frequência somos sobressaltados sobre notícias de jovens que irrompem pelas escolas que frequentam, armados de armas de fogo e atirando sobre tudo que se mexa, para depois se imolarem a si próprios. E isto em países ricos e envolvendo filhos de classes sociais sem dificuldades de sustento ou sobrevivência.

Casos também de jovens que agridem tanto professores como os próprios colegas, numa completa falta de sentido de limites hierárquicos e respeito pela dignidade de cada indivíduo. Jovens que chegam a programar sessões de espancamento de colegas, para depois exibirem na internet as imagens colhidas durante a prática desses actos.

É nas mãos desta geração de vândalos que entregamos os destinos do mundo.

Mas sei que há muitas excepções por aí. A esperança não está perdida!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

URBANA DIVAGAÇÃO 5: PRÉDIOS E CONSUMOS

A industria imobiliária é um dos grandes motores da economia nacional de qualquer país. Tal como as outras actividades económicas e industriais, ela deve reger-se por regulamentação que orienta e determina os padrões da sua actividade. 
Cabe aos governos, enquanto entidade supervisora dos interesses comunitários e reguladora das actividades que satisfaçam as necessidades da comunidade, legislar em prol do melhor para todos. E agora, mais do que nunca, impõe-se que os governantes decidam em função do equilíbrio e bem-estar dos ecossistemas tanto das comunidades, como das regiões em que se inserem e mesmo numa integração universal.

A moda actual na construção civil é a de incluir já em todos os apartamentos dum edifício acessórios de utilidade comum, tais como fogão, máquinas de lavar roupa e loiça, esquentador para aquecimento de águas, roupeiros incrustados e mesmo lareiras. O custo destes acessórios vem diluído no preço final de cada fracção do imóvel, pelo que os compradores vêm nisso facilitada a tarefa de equipamento dos seus recém adquiridos lares. A Lei obriga também o apetrechamento dos edifícios de altura superior a quatro pisos com ascensores, cujos custos dos ditos e da sua instalação vêm também incluídos no custo final das fracções.

Entendo que seria do interesse geral que a regulamentação da construção civil fosse mais longe nos seus propósitos tendo em conta o bem-estar geral (ou deverei dizer universal?) e a Lei obrigasse os arquitectos e construtores a incluírem nos seus projectos sistemas de gestão de recursos naturais, tais como água e energia. A nova engenharia de gestão de recursos está aí para apresentar propostas e ideias.

A água é um recurso vital para a vida. Porque desperdiçar água potável, que deveria servir apenas para beber e cozinhar, utilizando-a em limpezas domésticas e outras actividades que poderiam ser executadas com água salobra? 
Todos os edifícios deveriam estar providos de sistemas de recolha e aprovisionamento de águas pluviais, que seriam distribuídos através duma rede de canalização independente da de água potável para consumo humano. As águas de recolha seriam utilizadas em todas as actividades de limpeza, manutenção e outras (como rega de plantas e jardins, alimentação de fontes decorativas, ...).

De igual modo todos os edifícios (tanto para habitação como para serviços) deveriam estar providos de sistemas de conversão de energia solar e eólica em energia eléctrica, que seria utilizada nos mesmos, sendo o remanescente enviado para a rede pública.
Igualmente o aquecimento de águas deveria ser feito com recurso à energia solar, através dos sistemas que se entendessem mais adequados e rentáveis. Assim também os sistemas de climatização deveriam utilizar a energia solar, em detrimento do consumo da energia da rede pública de electricidade.

Para haver verdadeiras políticas ecológicas é necessário a inclusão de todos os agentes sociais, assim como todos os indivíduos. Se a função dos governos e parlamentos é legislar, então que o façam segundo perspectivas globais e de interesse geral, tendo em conta o melhor aproveitamento de todos os recursos tecnológicos disponíveis, para uma melhor utilização dos recursos naturais.