A sexualidade é um tabu nas nossas sociedades ocidentais e ocidentalizadas, assim como em todas as sociedades relacionadas com o Livro (a Bíblia; judaismo, cristianismo e islamismo). Mais ainda quando essa sexualidade pode tomar contornos de incesto.
A Atracção Sexual Genética (ASG) é um facto. Embora por muitos não seja entendida como uma evidência natural, mas sim mais uma vez como uma perversão, embora inconsciente. Mas o que é a ASG?
Atracção Sexual Genética é uma situação do foro emocional em que dois familiares se apaixonam simultaneamente na idade adulta, após terem vivido separados e no desconhecimento mútuo até ao momento do seu encontro.
O caso pode parecer bizarro e novo, mas não é tão estranho assim para o nosso conhecimento comum. Este é um tema que já vem sendo abordado ao longo da história humana. E isso é verificado pelas várias mitologias ancestrais, que reflectiam os modelos comportamentais humanos. Temos o caso de Édipo, que após ser afastado de sua mãe quando criança, acaba por se apaixonar e casar com ela em adulto. Ainda na Mitologia Grega encontramos Narciso que se apaixonou pela sua irmã gémea. Na entronizada lenda medieval do Rei Artur que acaba seduzido pela sua meia-irmã Morgana. Assim como na Mitologia Germânica temos Siegfried, filho dos gémeos Siegmundo e Sieglinda. Exemplos não faltam nas narrativas tradicionais, que tentavam exorcisar os seus medos e ignorância através da projecção dos seus actos nas vivências dos seus heróis.
Mas tais casos são comuns nos dias que correm. Constactam-se exemplos de irmãos que separados bem novos, por razões de adopção ou outras, acabam por se reencontrar já em adultos e nutrirem sentimentos fortes de atracção mútua. Algumas vezes esses encontros terminam em relações conjugais assumidas por ambos os intervenientes, mas repudiadas veementemente pelos restantes familiares. Embora tais casos sejam muitas vezes encarados como incestuosos, isso é uma observação reducionista, pois a questão vai bem mais longe. Ou talvez até não, se analisarmos bem o que se passa nas relações incestuosas.
Mas não só entre irmãos se verifica a ocorrência de casos de ASG. Também tal se verifica entre familiares de segundo e terceiro grau.
Mas como se tratam de situações do foro mais íntimo e socialmente condenadas, elas nem são reveladas, a menos que sejam detectadas em flagrante. Muitas das vezes por se tratarem até de situações inter-geracionais (parentes de diferentes graus etários), o que enquadra os casos em contornos ainda mais reprováveis pela moralidade comum.
Os teóricos tendem a explicar estes casos (eles têm sempre uma teoria para tudo) como fenómenos de auto-identificação na pessoa do outro; ou seja um caso de narcisismo extremo (lá voltamos à Mitologia e ao simpático Narciso). Para tal avançam com referências como similaridades físicas e comportamentais, que induzem a uma identificação reflexiva mútua. Isto leva ao estabelecimento de cumplicidades que se dirigem a envolvimentos íntimos entre os parceiros (neste caso familiares) em que se vêm desdobrados; como se estivessem se relacionando com uma imagem projectada de si próprios.
segunda-feira, 30 de junho de 2008
domingo, 29 de junho de 2008
A PARÁBOLA DE TAKEDO
Neylson morava em São Paulo. Descendente de imigrantes japoneses que haviam chegado ao Porto de Santos em 1908, na grande vaga de emigração acordada entre os governos do Brasil e do Japão, aspirava conhecer a terra de origem dos seus antepassados. Ele havia estudado Japonês e a História do Japão, mas isso só não bastava. Ele queria sentir seus pés caminhando na mesma terra que seus ancestrais haviam pisado, ver e tocar no mundo que lhe parecia tão mítico e distante, mas que afinal estava apenas do outro lado do planeta.
Então junto do Consulado Japonês em São Paulo conseguiu uma vaga para professor de Português em Tóquio. A concretização dum sonho antigo. A recompensa de muita dedicação e trabalho esforçado. A persistência compensa.
Num virar de página Neylson se vê leccionando Português numa das mais prestigiadas universidades de Tóquio. Entre os seus alunos um se destaca pelo empenho com que tenta se aperfeiçoar numa língua tão diferente; Takedo o seu nome.
Takedo ouvira falar que os portugueses foram os primeiros europeus a chegar ao Japão e, querendo tanto viajar pela europa que melhor maneira para começar senão por um dos seus extremos; esse país pequeno mas que parecia tão grande na vontade de conhecer o mundo, tal como ele.
Entre Neylson e Takedo depressa se estabeleceu uma amizade baseada no reconhecimento mútuo de conhecer mais do mundo que aquilo que se apresentava perante eles no seu quotidiano rotinado. Neylson lhe ensinou tudo que sabia sobre as culturas ocidentais e a sua história. Takedo acabou por se formar com distinção, o que lhe possibilitou uma fácil primazia ao concorrer para uma vaga de secretariado na Embaixada do Japão em Lisboa.
E foi com orgulho mútuo que Neylson e Takedo se despediram no aeroporto, com a anuência do mestre aos pedidos insistentes do seu pupilo, para que o fosse visitar em Lisboa. Seria uma recompensa simbólica pelo desvelo com que o seu mestre se palicara na sua formação. Esta colocação tão dignificante era uma vitória de ambos.
Instalado já em Lisboa e inteirado das suas funções de redactor da correspondência mantida entre a Embaixada Japonesa e o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Takedo assumiu ritualística e respeitosamente o seu ilustre cargo. Ele se esmerava na revisão de todas as missivas, nenhum erro seria permitido; enfim a habitual minúcia nipónica e a sua índole perfeccionista.
Dias depois da sua estreia houve uma recepção informal na Embaixada, para a qual haviam sido convidados tanto Takedo como o seu homólogo no MNE de Portugal. Enfim os dois colegas de função iam se conhecer pessoalmente. Isso deixava Takedo entusiasmado pois ansiava por fazer amizades locais e, assim poder se integrar melhor na sua nova cidade anfitriã.
Para sua alegria o seu homólogo era um jovem português também recentemente formado, Jorge era o seu nome. Desde logo o diálogo foi fácil e amistoso. Mas tão amistoso como aterrador... Com discrição Jorge conduziu Takedo até um canto isolado do burburinho de conversas e risadas discretas e, numa voz mais sussurrada que audível o português disse: «Meu caro, gostaria de alertá-lo para o facto de que todas as missívas por si revistas estão cheias de erros ortográficos. Pelo que percebi você está a usar a ortografia brasileira e ela não é reconhecida aqui em Portugal.»
Takedo ficou lívido de vergonha, por si e pelo seu mestre.
Então junto do Consulado Japonês em São Paulo conseguiu uma vaga para professor de Português em Tóquio. A concretização dum sonho antigo. A recompensa de muita dedicação e trabalho esforçado. A persistência compensa.
Num virar de página Neylson se vê leccionando Português numa das mais prestigiadas universidades de Tóquio. Entre os seus alunos um se destaca pelo empenho com que tenta se aperfeiçoar numa língua tão diferente; Takedo o seu nome.
Takedo ouvira falar que os portugueses foram os primeiros europeus a chegar ao Japão e, querendo tanto viajar pela europa que melhor maneira para começar senão por um dos seus extremos; esse país pequeno mas que parecia tão grande na vontade de conhecer o mundo, tal como ele.
Entre Neylson e Takedo depressa se estabeleceu uma amizade baseada no reconhecimento mútuo de conhecer mais do mundo que aquilo que se apresentava perante eles no seu quotidiano rotinado. Neylson lhe ensinou tudo que sabia sobre as culturas ocidentais e a sua história. Takedo acabou por se formar com distinção, o que lhe possibilitou uma fácil primazia ao concorrer para uma vaga de secretariado na Embaixada do Japão em Lisboa.
E foi com orgulho mútuo que Neylson e Takedo se despediram no aeroporto, com a anuência do mestre aos pedidos insistentes do seu pupilo, para que o fosse visitar em Lisboa. Seria uma recompensa simbólica pelo desvelo com que o seu mestre se palicara na sua formação. Esta colocação tão dignificante era uma vitória de ambos.
Instalado já em Lisboa e inteirado das suas funções de redactor da correspondência mantida entre a Embaixada Japonesa e o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Takedo assumiu ritualística e respeitosamente o seu ilustre cargo. Ele se esmerava na revisão de todas as missivas, nenhum erro seria permitido; enfim a habitual minúcia nipónica e a sua índole perfeccionista.
Dias depois da sua estreia houve uma recepção informal na Embaixada, para a qual haviam sido convidados tanto Takedo como o seu homólogo no MNE de Portugal. Enfim os dois colegas de função iam se conhecer pessoalmente. Isso deixava Takedo entusiasmado pois ansiava por fazer amizades locais e, assim poder se integrar melhor na sua nova cidade anfitriã.
Para sua alegria o seu homólogo era um jovem português também recentemente formado, Jorge era o seu nome. Desde logo o diálogo foi fácil e amistoso. Mas tão amistoso como aterrador... Com discrição Jorge conduziu Takedo até um canto isolado do burburinho de conversas e risadas discretas e, numa voz mais sussurrada que audível o português disse: «Meu caro, gostaria de alertá-lo para o facto de que todas as missívas por si revistas estão cheias de erros ortográficos. Pelo que percebi você está a usar a ortografia brasileira e ela não é reconhecida aqui em Portugal.»
Takedo ficou lívido de vergonha, por si e pelo seu mestre.
terça-feira, 24 de junho de 2008
O SÉCULO DA IMAGINAÇÃO E CRIATIVIDADE
Estamos iniciando mais um Milénio e, neste seu primeiro Século, a Humanidade tem de tomar consciência das implicações que o seu modus vivendus tem no mundus ao seu redor.
Ao longo dos dois últimos séculos do milénio anterior, a Humanidade desenvolveu uma civilização geradora dum habitat anti-natural e pernicioso para os sistemas ecológicos seus vizinhos. E como alastrámos essa civilização por todo o planeta essa agressão logo se tornou generalizada e global.
Estudiosos atentos e de fina argúcia ética, têm observado o evoluir das ameaças e transgressões. Têm diagnosticado os problemas, procurando entender a proveniência das causas e a dimensão dos agravos e prejuizos causados pelas condutas erróneas e erráticas. Tentam também compreender os modos de suprimir esses erros, propondo novas condutas, correctas e convenientes.
Durante os dois últimos séculos a Humanidade empenhou-se na procura dum conhecimento tecnológico e científico que lhe proporcionasse um modo de existência materialmente satisfatório, indiferente às consequências que os seus métodos tinham sobre o restante ambiente envolvente.
A civilização humana investiu na Ciência e Razão para a elaboração e aprofundamento dos seus conhecimentos práticos. Os objectivos materiais sobrepunham-se a todos os outros parâmetros.
Tarde se lembrou de verificar os efeitos secundários dos seus métodos. E muito graves foram as consequências dos seus actos.
Agora temos de reaquacionar tudo. O Mundo que criámos está errado nas suas fundações e doente. Medidas radicais se impõem, se queremos preservar a nossa existência. Pois é isso que está em causa; a preservação da espécie humana, uma vez que a Natureza sempre se regenera em novos padrões.
O nosso modo de evoluir para um modo de existência confortavelmente sedentário pôs em causa a nossa própria existência.
Se anteriormente nos baseámos na perícia tecnológica, agora outra abordagem de crescimento se impõe. Temos de redireccionar o nosso modo de aplicação do Saber.
Neste novo Milénio a Humanidade terá de se orientar para outros objectivos. E neste primeiro Século, desse novo Milénio, temos de aprender a desenvolver e valorizar outras capacidades, tais como a Imaginação e a Criatividade.
Temos de valorizar o pequeno, ao invés da megalomania que reinou durante o nosso passado. Temos de entender que não é com soluções globais que se resolvem os problemas duma Humanidade diversificada em culturas e tradições.
Temos de apreciar e entender o porquê de cada tradição e costume, enquadrados nos sistemas complexos da sua geografia e localização.
Temos de aprender a pensar em pequeno e caso a caso. Cada problema tem a sua solução específica. E para a resolução de cada problema a resposta está no meio em que ele se enquadra.
Não há panaceias para todos os males do mundo!
Ao longo dos dois últimos séculos do milénio anterior, a Humanidade desenvolveu uma civilização geradora dum habitat anti-natural e pernicioso para os sistemas ecológicos seus vizinhos. E como alastrámos essa civilização por todo o planeta essa agressão logo se tornou generalizada e global.
Estudiosos atentos e de fina argúcia ética, têm observado o evoluir das ameaças e transgressões. Têm diagnosticado os problemas, procurando entender a proveniência das causas e a dimensão dos agravos e prejuizos causados pelas condutas erróneas e erráticas. Tentam também compreender os modos de suprimir esses erros, propondo novas condutas, correctas e convenientes.
Durante os dois últimos séculos a Humanidade empenhou-se na procura dum conhecimento tecnológico e científico que lhe proporcionasse um modo de existência materialmente satisfatório, indiferente às consequências que os seus métodos tinham sobre o restante ambiente envolvente.
A civilização humana investiu na Ciência e Razão para a elaboração e aprofundamento dos seus conhecimentos práticos. Os objectivos materiais sobrepunham-se a todos os outros parâmetros.
Tarde se lembrou de verificar os efeitos secundários dos seus métodos. E muito graves foram as consequências dos seus actos.
Agora temos de reaquacionar tudo. O Mundo que criámos está errado nas suas fundações e doente. Medidas radicais se impõem, se queremos preservar a nossa existência. Pois é isso que está em causa; a preservação da espécie humana, uma vez que a Natureza sempre se regenera em novos padrões.
O nosso modo de evoluir para um modo de existência confortavelmente sedentário pôs em causa a nossa própria existência.
Se anteriormente nos baseámos na perícia tecnológica, agora outra abordagem de crescimento se impõe. Temos de redireccionar o nosso modo de aplicação do Saber.
Neste novo Milénio a Humanidade terá de se orientar para outros objectivos. E neste primeiro Século, desse novo Milénio, temos de aprender a desenvolver e valorizar outras capacidades, tais como a Imaginação e a Criatividade.
Temos de valorizar o pequeno, ao invés da megalomania que reinou durante o nosso passado. Temos de entender que não é com soluções globais que se resolvem os problemas duma Humanidade diversificada em culturas e tradições.
Temos de apreciar e entender o porquê de cada tradição e costume, enquadrados nos sistemas complexos da sua geografia e localização.
Temos de aprender a pensar em pequeno e caso a caso. Cada problema tem a sua solução específica. E para a resolução de cada problema a resposta está no meio em que ele se enquadra.
Não há panaceias para todos os males do mundo!
quinta-feira, 19 de junho de 2008
LENHA E SOL
Fala-se numa crise gerneralizada a nível global. É certo que há sinais de crise por todo planeta; fome, guerras, catástrofes naturais, instabilidades sociais. Mas não venho aqui para falar da evidência, ou não, duma crise anunciada.
É ao longo da chamada Zona Tórrida do planeta (zona equatorail entre os Trópicos de Câncer e Capricórnio) que se localizam a maioria dos países e povos economica e tecnologicamente mais desfavorecidos. É também sobre essa zona que o Sol mais incide e reina soberano durante todo o ano.
Mas em qualquer parte do globo uma situação é única, os povos necessitam de se alimentar e, para tal, necessitam de energia para cozinhar os seus alimentos.
O modo mais comum, porque mais acessível e barato, para as povoações conseguirem a energia necessária ao seu uso quotidiano é a lenha. Tal atitude incorre numa contínua e crescente desflorestação e consequente desertificação dos solos; desertificação essa que leva a outra desertificação: a demográfica. E essa deslocação voluntária das populações para os grandes centros urbanos, em busca de melhores condições de vida, provoca outros problemas a nível urbanístico; mas disso já tratámos noutro texto.
Sendo que vivemos todos no mesmo Mundo, cabe aos povos e nações mais favorecidos, económica e tecnologicamente, providenciar as melhores condições de subsistência para os menos favorecidos.
Sendo o Sol uma constante fonte de energia, disponível em qualquer parte para todos, porque não aproveitar esse potencial, para o auxílio dos mais desfavorecidos?
Deveria haver um empenho geral para o desenvolvimento de tecnologias simples que permitissem a concepção de fornos que aproveitassem a energia solar para o seu funcionamente. Esses fornos seriam depois distribuidos pelas populações das regiões mais ensolaradas do planeta, permitindo desse modo um recurso muito proveitoso para quem vive de coisas bem simples. Isso reverteria em benefício tanto dessas populações carênciadas, como de todo o planeta, ao evitar o abate de árvores e arbustos com o único fim de fazer um lume para cozinhar alimentos.
Os problemas das pessoas simples requerem apenas respostas simples. Não é distribuindo computadores entre populações africanas maioritariamente analfabetas que se melhora as condições de vida dessas populações. Se queremos ajudá-los é ir ao encontro delas e verificar quais as suas verdadeiras carências, para depois se poder encontrar soluções simples que lhes sejam acessíveis e práticas, recorrendo sempre que possível aos materiais excedentes que lhes estejam disponíveis.
Tomemos com exemplo o povo Massai, que vivendo em regiões de fracos recursos arborículas (a savana africana) utiliza os excrementos do seu gado como combustível para as suas fogueiras, onde cozinham os seus alimentos.
O desmatamento com o fim de obtenção de lenha provoca a desflorestação, que leva por sua vez à degradação dos solos. A degradação dos solos leva à desertificação. E esta traz consigo os mais indesejáveis transtornos climatéricos e ambientais.
A utilização de lenha para o aquecimento dos lares na nossa sociedade tecnologicamente desenvolvida, que já possui outros modos de aclimatação de ambientes fechados, é um acto criminoso de puro luxo ostensivo e esbanjador.
É ao longo da chamada Zona Tórrida do planeta (zona equatorail entre os Trópicos de Câncer e Capricórnio) que se localizam a maioria dos países e povos economica e tecnologicamente mais desfavorecidos. É também sobre essa zona que o Sol mais incide e reina soberano durante todo o ano.
Mas em qualquer parte do globo uma situação é única, os povos necessitam de se alimentar e, para tal, necessitam de energia para cozinhar os seus alimentos.
O modo mais comum, porque mais acessível e barato, para as povoações conseguirem a energia necessária ao seu uso quotidiano é a lenha. Tal atitude incorre numa contínua e crescente desflorestação e consequente desertificação dos solos; desertificação essa que leva a outra desertificação: a demográfica. E essa deslocação voluntária das populações para os grandes centros urbanos, em busca de melhores condições de vida, provoca outros problemas a nível urbanístico; mas disso já tratámos noutro texto.
Sendo que vivemos todos no mesmo Mundo, cabe aos povos e nações mais favorecidos, económica e tecnologicamente, providenciar as melhores condições de subsistência para os menos favorecidos.
Sendo o Sol uma constante fonte de energia, disponível em qualquer parte para todos, porque não aproveitar esse potencial, para o auxílio dos mais desfavorecidos?
Deveria haver um empenho geral para o desenvolvimento de tecnologias simples que permitissem a concepção de fornos que aproveitassem a energia solar para o seu funcionamente. Esses fornos seriam depois distribuidos pelas populações das regiões mais ensolaradas do planeta, permitindo desse modo um recurso muito proveitoso para quem vive de coisas bem simples. Isso reverteria em benefício tanto dessas populações carênciadas, como de todo o planeta, ao evitar o abate de árvores e arbustos com o único fim de fazer um lume para cozinhar alimentos.
Os problemas das pessoas simples requerem apenas respostas simples. Não é distribuindo computadores entre populações africanas maioritariamente analfabetas que se melhora as condições de vida dessas populações. Se queremos ajudá-los é ir ao encontro delas e verificar quais as suas verdadeiras carências, para depois se poder encontrar soluções simples que lhes sejam acessíveis e práticas, recorrendo sempre que possível aos materiais excedentes que lhes estejam disponíveis.
Tomemos com exemplo o povo Massai, que vivendo em regiões de fracos recursos arborículas (a savana africana) utiliza os excrementos do seu gado como combustível para as suas fogueiras, onde cozinham os seus alimentos.
O desmatamento com o fim de obtenção de lenha provoca a desflorestação, que leva por sua vez à degradação dos solos. A degradação dos solos leva à desertificação. E esta traz consigo os mais indesejáveis transtornos climatéricos e ambientais.
A utilização de lenha para o aquecimento dos lares na nossa sociedade tecnologicamente desenvolvida, que já possui outros modos de aclimatação de ambientes fechados, é um acto criminoso de puro luxo ostensivo e esbanjador.
sexta-feira, 13 de junho de 2008
URBANA DIVAGAÇÃO 1
A tendência das populações é aglomerar-se em enormes metrópoles. A busca do sonho de uma vida com mais confortos, com mais qualidade de vida, acaba por se revelar uma decepção. Nem sempre o conforto é o sonhado, muito menos a qualidade de vida.
A existência de milhares de pessoas, vivendo numa área reduzida, implica a existência de infraestruturas que possibilitem uma conveniente funcionabilidade de todo o sistema.
A mobilidade humana numa cidade é sempre um problema, tanto maior quanto mais disperso for o tecido urbano.
É economicamente mais vantajoso, tanto para o indivíduo como para o Estado, a concentração da população em cidades. Mas cidades pequenas são mais eficientes e mais humanas que as mega-cidades. Seria de interesse geral que as grandes metrópoles se dividissem em grupos de pequenas cidades separadas entre si por zonas rurais ou mesmo selvagens.
Com os recursos de comunicação e informação à distancia que dispomos actualmente, não se justifica que tenhamos de viver apinhados em gigantescas urbes neuróticas e claustrofóbicas.
Tomando o item da mobilidade humana no espaço urbano, o que temos assistido é a ocupação do espaço transitável e público, pelo automóvel e demais trânsito rodoviário. O ser humano é ostracizado dentro da cidade; relegado para uma condição inferior em direitos da sua livre mobilidade e perseguido por todo tipo de incómodos e riscos à sua integridade física.
O automóvel devia ser banido das cidades, em favor dum eficiente serviço de transportes colectivos. Essa medida poderia desenterrar o excelente transporte colectivo que é o metro, trazendo-o para a superfície; medida essa que sairia muito mais económica e eficaz. Mais económica pois a escavação de túneis e respectiva manutenção, são caríssimas. Mais eficaz porque poderia desdobrar-se em mais itinerários, cobrindo logo maiores áreas.
Reconheço a necessidade de haver alguma circulação rodoviária; tais como transitários de mercadorias ou serviços. Mas para tal deveria ser definida uma rede viária muito restrita que ligasse áreas fulcrais de concentração de serviços. Todo o restante espaço público deveria ser reservado prioritariamente para a circulação pedonal. O denominado centro da cidade deveria ser uma área exclusivamente pedonal, onde os únicos veículos admitidos seriam os metros de superfície e pequenos veículos de transporte colectivo.
Toda a área urbana seria abrangida por uma rede de ciclovias.
A utilização do metro de superfície, ou outros modos afins, seria preferencial e prioritária na política de provisão de transportes públicos. Podendo ser contudo complementados com a utilização de pequenos Bus em percursos que o justificassem. Contudo a utilização de grandes veículos de transporte colectivos movidos a motores de combustão deveria ser banida.
Com soluções destas seria substancialmente reduzida a área asfaltada das cidades. Daí resultariam vários benefícios ambientais; tanto em termos de absorção de águas pluviais - pois seria possível aumentar as áreas ajardinadas e relvadas (os metros de superfície podem circular em corredores relvados) - como em termos de regulação da temperatura, nas épocas mais estivais, pois estaria eliminado o efeito reflector de calor do asfalto, que contribui para o aumento da temperatura ambiente.
A cidade ideal seria aquela em que cada um dos seus habitantes pudesse trabalhar a uns 15 minutos a pé, no máximo, do seu local de residência.
A existência de milhares de pessoas, vivendo numa área reduzida, implica a existência de infraestruturas que possibilitem uma conveniente funcionabilidade de todo o sistema.
A mobilidade humana numa cidade é sempre um problema, tanto maior quanto mais disperso for o tecido urbano.
É economicamente mais vantajoso, tanto para o indivíduo como para o Estado, a concentração da população em cidades. Mas cidades pequenas são mais eficientes e mais humanas que as mega-cidades. Seria de interesse geral que as grandes metrópoles se dividissem em grupos de pequenas cidades separadas entre si por zonas rurais ou mesmo selvagens.
Com os recursos de comunicação e informação à distancia que dispomos actualmente, não se justifica que tenhamos de viver apinhados em gigantescas urbes neuróticas e claustrofóbicas.
Tomando o item da mobilidade humana no espaço urbano, o que temos assistido é a ocupação do espaço transitável e público, pelo automóvel e demais trânsito rodoviário. O ser humano é ostracizado dentro da cidade; relegado para uma condição inferior em direitos da sua livre mobilidade e perseguido por todo tipo de incómodos e riscos à sua integridade física.
O automóvel devia ser banido das cidades, em favor dum eficiente serviço de transportes colectivos. Essa medida poderia desenterrar o excelente transporte colectivo que é o metro, trazendo-o para a superfície; medida essa que sairia muito mais económica e eficaz. Mais económica pois a escavação de túneis e respectiva manutenção, são caríssimas. Mais eficaz porque poderia desdobrar-se em mais itinerários, cobrindo logo maiores áreas.
Reconheço a necessidade de haver alguma circulação rodoviária; tais como transitários de mercadorias ou serviços. Mas para tal deveria ser definida uma rede viária muito restrita que ligasse áreas fulcrais de concentração de serviços. Todo o restante espaço público deveria ser reservado prioritariamente para a circulação pedonal. O denominado centro da cidade deveria ser uma área exclusivamente pedonal, onde os únicos veículos admitidos seriam os metros de superfície e pequenos veículos de transporte colectivo.
Toda a área urbana seria abrangida por uma rede de ciclovias.
A utilização do metro de superfície, ou outros modos afins, seria preferencial e prioritária na política de provisão de transportes públicos. Podendo ser contudo complementados com a utilização de pequenos Bus em percursos que o justificassem. Contudo a utilização de grandes veículos de transporte colectivos movidos a motores de combustão deveria ser banida.
Com soluções destas seria substancialmente reduzida a área asfaltada das cidades. Daí resultariam vários benefícios ambientais; tanto em termos de absorção de águas pluviais - pois seria possível aumentar as áreas ajardinadas e relvadas (os metros de superfície podem circular em corredores relvados) - como em termos de regulação da temperatura, nas épocas mais estivais, pois estaria eliminado o efeito reflector de calor do asfalto, que contribui para o aumento da temperatura ambiente.
A cidade ideal seria aquela em que cada um dos seus habitantes pudesse trabalhar a uns 15 minutos a pé, no máximo, do seu local de residência.
quinta-feira, 5 de junho de 2008
PEIXES E CRUZES
«Garças a Deus que sou ateu!»
Esta a expressão mais eloquente que registei de alguém que se viu confrontado com a descrição das barbaridades atribuidas a essa divindade descrita no chamado Velho Testamento da Bíblia, como sendo deus, mas que eu entendo não passar dum Anjo, de nome Jeovah, a quem foi atribuido o patrocínio do povo Judeu e nada mais que isso.
Cristo andou, durante o seu curto tempo de vida activa, pregando novos ideais e padrões de vida. Daquilo que me foi dado conhecer, ao longo da minha formação num território católico e rodeado de cultos cristãos, nunca me constou que em algum momento Cristo se tenha referido a si próprio como fundador de alguma nova religião. Nunca ele renegou a sua origem e condição judaica. E se alguma religião nova ecludia durante o tempo em que ele viveu, religião essa consagrada pelo Batismo dos seus aderentes, como se explica que sendo ele o fundador, fosse ele mesmo batizado por outro (João o Batista) que já antes dele pregava os mesmos princípios?
Uma cruz é um instrumento de tortura e morte. Pura e simplesmente isso; sempre o foi.
Cristo sempre pregou a Vida e o Amor, a Compaixão e a Tolerância, o Altruismo e a Benevolência. Não creio que ele alguma vez pretendesse como simbolo máximo da sua doutrina um instrumento utilizado para actos tão infames e contrários aos seus ensinamentos.
Cristo viveu durante a Era Astrológica de Peixes, e «peixes» foi o símbolo escolhido pelos primeiros seguidores dos ensinamentos de Cristo. Esse sim deveria ser o verdadeiro símbolo do Cristianismo, se este não tivesse sido apropriado e adulterado por sinistras individualidades, que após a morte de Cristo ursuparam o seu legado, com a deliberada intenção de o desvirtuar e fazer valer os seus obscuros intentos.
À cabeça dessa extensa lista de usurpadores temos Paulo de Tarso, fanático doentio que numa análise psico-clínica dos seus legados se pode testemunhar que sofria de graves patologias psicológicas. A esse, mais que a qualquer outro, se deve a degeneração do Cristianismo de uma Filosofia de Conduta regida pelos Princípios do Amor e da Harmonia, numa Religião perversamente dogmática e castradora da Dignidade e Liberdade Humanas apregoadas por Cristo.
Nunca Cristo, enquanto Profeta, afirmou que após si viria aquele que ditaria os dogmas segundo os quais se fundaria uma religião que usaria o seu nome, e à qual todos se deveriam se submeter sob pena de não serem aceites no Reino dos Céus.
Cristo sempre apregoou que todo aquele que pretendesse orar ou prestar testemunho de Fé se deveria dirigir directamente a Deus, ao Pai. Nunca ele atribui algum nome à Divindade Suprema. Nem tão-pouco se referiu à necessidade duma hierarquia sacerdotal para que as preces dos crentes fossem escutadas e respondidas por Deus. E sempre ele reafirmou o Amor Divino por todos os seus Filhos, sem que em ocasião alguma ele invocasse fúrias divinas ou algum tipo de celestiais acções punitivas.
Cristo afirmou: «Eu sou a Nova Lei!». E essa Lei é o Amor. Rompia assim com a Tradição dum passado bárbaro e despótico, do culto a uma divindade de justiça arbitrária e vingativa.
Eu me assumo como um homem religioso, embora não siga nenhum dogma. Leio, escuto e aprendo com todos os grandes profetas e pregadores da longa História da Humanidade; Cristo, Muhammad (Maomé), Siddartha Gautama (Buda), Lao-Tze, Confúcio, Tenzin Gyatso (actual Dalai Lama), Francisco de Assis, Joana D'Arc, Agnes Gonxha Bojaxhiu (Tereza de Calcutá), Fernando Nobre, Leonardo Boff... e muitos outros homens e mulheres que fizeram e fazem, das suas vidas um testemunho de Verdade, de Amor e de Fé.
Esta a expressão mais eloquente que registei de alguém que se viu confrontado com a descrição das barbaridades atribuidas a essa divindade descrita no chamado Velho Testamento da Bíblia, como sendo deus, mas que eu entendo não passar dum Anjo, de nome Jeovah, a quem foi atribuido o patrocínio do povo Judeu e nada mais que isso.
Cristo andou, durante o seu curto tempo de vida activa, pregando novos ideais e padrões de vida. Daquilo que me foi dado conhecer, ao longo da minha formação num território católico e rodeado de cultos cristãos, nunca me constou que em algum momento Cristo se tenha referido a si próprio como fundador de alguma nova religião. Nunca ele renegou a sua origem e condição judaica. E se alguma religião nova ecludia durante o tempo em que ele viveu, religião essa consagrada pelo Batismo dos seus aderentes, como se explica que sendo ele o fundador, fosse ele mesmo batizado por outro (João o Batista) que já antes dele pregava os mesmos princípios?
Uma cruz é um instrumento de tortura e morte. Pura e simplesmente isso; sempre o foi.
Cristo sempre pregou a Vida e o Amor, a Compaixão e a Tolerância, o Altruismo e a Benevolência. Não creio que ele alguma vez pretendesse como simbolo máximo da sua doutrina um instrumento utilizado para actos tão infames e contrários aos seus ensinamentos.
Cristo viveu durante a Era Astrológica de Peixes, e «peixes» foi o símbolo escolhido pelos primeiros seguidores dos ensinamentos de Cristo. Esse sim deveria ser o verdadeiro símbolo do Cristianismo, se este não tivesse sido apropriado e adulterado por sinistras individualidades, que após a morte de Cristo ursuparam o seu legado, com a deliberada intenção de o desvirtuar e fazer valer os seus obscuros intentos.
À cabeça dessa extensa lista de usurpadores temos Paulo de Tarso, fanático doentio que numa análise psico-clínica dos seus legados se pode testemunhar que sofria de graves patologias psicológicas. A esse, mais que a qualquer outro, se deve a degeneração do Cristianismo de uma Filosofia de Conduta regida pelos Princípios do Amor e da Harmonia, numa Religião perversamente dogmática e castradora da Dignidade e Liberdade Humanas apregoadas por Cristo.
Nunca Cristo, enquanto Profeta, afirmou que após si viria aquele que ditaria os dogmas segundo os quais se fundaria uma religião que usaria o seu nome, e à qual todos se deveriam se submeter sob pena de não serem aceites no Reino dos Céus.
Cristo sempre apregoou que todo aquele que pretendesse orar ou prestar testemunho de Fé se deveria dirigir directamente a Deus, ao Pai. Nunca ele atribui algum nome à Divindade Suprema. Nem tão-pouco se referiu à necessidade duma hierarquia sacerdotal para que as preces dos crentes fossem escutadas e respondidas por Deus. E sempre ele reafirmou o Amor Divino por todos os seus Filhos, sem que em ocasião alguma ele invocasse fúrias divinas ou algum tipo de celestiais acções punitivas.
Cristo afirmou: «Eu sou a Nova Lei!». E essa Lei é o Amor. Rompia assim com a Tradição dum passado bárbaro e despótico, do culto a uma divindade de justiça arbitrária e vingativa.
Eu me assumo como um homem religioso, embora não siga nenhum dogma. Leio, escuto e aprendo com todos os grandes profetas e pregadores da longa História da Humanidade; Cristo, Muhammad (Maomé), Siddartha Gautama (Buda), Lao-Tze, Confúcio, Tenzin Gyatso (actual Dalai Lama), Francisco de Assis, Joana D'Arc, Agnes Gonxha Bojaxhiu (Tereza de Calcutá), Fernando Nobre, Leonardo Boff... e muitos outros homens e mulheres que fizeram e fazem, das suas vidas um testemunho de Verdade, de Amor e de Fé.
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