quarta-feira, 21 de maio de 2008

Lingua, Acordo e Guerra

Êu poçu exkrevêr du modu ke entendêr pôis tôdu artixta tem liberdade de expreçãu. I êu sôu 1 artixta.

A língua, ou linguagem, é a base do entendimento humano. Ela é fonte e repositório cultural do povo que a utiliza e que lhe deu origem. E se nos primórdios ela era expressão de uma identidade étnica única, ao longo da história essa circunstância veio se alterando. Com a expansão de impérios e colonização de outros povos e regiões, a língua deixou de ser exclusiva de um único povo.
Se antes a língua fora um distintivo étnico, passou a ser um elemento aglutinardor, senão mesmo uniformizador.

A língua é um elemento orgânico. Ela evolui e adapta-se tanto ao tempo como ao ambiente. Uma língua morre se não acompanhar o desenvolvimento das comunidades que a utilizam. Tanto maior será a longevidade duma língua quanto maior for a sua capacidade de adaptação. E quando uma língua cresce para além do espaço geográfico da sua origem e passa para o domínio e uso de outros povos ela deixa de ser património dos seus criadores.

A língua serve para a comunicação e entendimento inter pares. Mas com a sua expansão geográfica e propagação entre outras étnias, ela serve de elemento aglutinador. A ausência de utilização duma mesma língua cria desconforto e incompreensão mútuos.
Em ambientes bélicos a não utilização duma mesma linguagem (expressão mais abrangente que a designada por língua) é um entrave à pacificação. A falta de conhecimento mútuo duma linguagem comum propicia a desconfiança mútua e a incapacidade de afirmação do poder apaziguador. Um conquistador que não utilize a linguagem dos vencidos nunca irá conseguir afirmar-se como fonte de autoridade. Só poderá mesmo se impôr através da brutalidade da sua superioridade bélica e repressora.

Já à alguns anos que venho criando uma língua de raiz (denominada por Djeyvox). E neste curto espaço de tempo, desde o início da sua criação, já tive de fazer cinco revisões ortográficas. Como uma língua cresce com a evolução do povo que a utiliza, eu tive de vir actualizando o Djeyvox em função do evoluir histórico do povo que o utiliza. Poderemos chamar a isso acordos ortográficos. São necessários e indispensáveis para o desenvolvimento e propagação duma língua.

1 comentário:

SILÊNCIO CULPADO disse...

ManDrag
Não sei se concordo. Percebo o teu ponto de vista e não o contrario mas entendo que a evolução deve ser natural e não forçada e que há acordos que violam culturas.

Abraço