sexta-feira, 30 de maio de 2008

CARMA, ESTUPIDEZ E ESPIRITUALIDADE

Reconheço a importância das figuras públicas aludirem às questões humanitárias pungentes do nosso presente, chamando assim a atenção dos mais distraídos sobre a importância de todos nos responsabilizarmos pelos males da humanidade. Mas que tal atitude seja tomada com tino e ponderadamente.

Ora nada disso acontece quando recentemente a actriz Sharon Stone aludiu à recente catástrofe sísmica que atingiu a região chinesa de Sishuan, como sendo resultante de mau carma acumulado pela China ao invadir e oprimir o Tibete. Boçalidade tamanha só revela uma estúpida ignorância e brutal cegueira vingativa. A afirmação é acima de tudo injusta e ofensiva para as populações atingidas pela tragédia, que nada têm que sofrer pelas políticas mais ou menos justas assumidas pelos seus governentes em relação a outros povos. E depois revela um tremendo desconhecimento do que é o carma.
O povo chinês só merece a nossa compaixão e solidariedade pelo tremendo sacrfício a que se tem sujeitado nestas últimas décadas com a política governamental do «filho único» e da qual todos os restantes habitantes do planeta têm beneficiado. Na China as famílias já não têm irmãos, tios, primos. As famílias chinesas estão se tornando troncos sem ramos. Deixam de haver árvores genealógicas e passam a haver apenas linhas genealógicas.
Que poderão sentir os pais que perderam neste terramoto o seu único filho perante as cruéis palavras da Srª Sharon Stone? Está ela preocupada com a independência do Tibete?! Cega consciência a sua, tão minada de rancor e sobranceria.

Vivemos o modismo do «New Age». Agora todos querem ser espiritualistas, todos querem ser vegetarianos, todos querem fazer yoga e meditação... todos querem atingir o paraíso na Terra. Todos se acham santos e dignos de falar como mestres, apenas porque não comem carne e leram uns livros de alguns autores indicados. A banalização da espiritualidade descambou em mercantilismo de mezinhas idiotas, senão mesmo anedóticas. Como se a troco de algumas moedas se ganhasse a Paz e a Sabedoria.

Eu não entendo o Carma como um sistema punitivo, mas sim como uma via evolutiva de crescimento e aprimoramento espiritual. E aí não há espaço para reveses punitivos, como que vingativos. Apenas almas mesquinhas ficam associando ideias de mau e bom ao Carma. A Natureza é amoral, ela não se rege por parâmetros de Mal e Bem. A compreensão do Carma implica uma Ética Superior das Leis que regem o Universo.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Lingua, Acordo e Guerra

Êu poçu exkrevêr du modu ke entendêr pôis tôdu artixta tem liberdade de expreçãu. I êu sôu 1 artixta.

A língua, ou linguagem, é a base do entendimento humano. Ela é fonte e repositório cultural do povo que a utiliza e que lhe deu origem. E se nos primórdios ela era expressão de uma identidade étnica única, ao longo da história essa circunstância veio se alterando. Com a expansão de impérios e colonização de outros povos e regiões, a língua deixou de ser exclusiva de um único povo.
Se antes a língua fora um distintivo étnico, passou a ser um elemento aglutinardor, senão mesmo uniformizador.

A língua é um elemento orgânico. Ela evolui e adapta-se tanto ao tempo como ao ambiente. Uma língua morre se não acompanhar o desenvolvimento das comunidades que a utilizam. Tanto maior será a longevidade duma língua quanto maior for a sua capacidade de adaptação. E quando uma língua cresce para além do espaço geográfico da sua origem e passa para o domínio e uso de outros povos ela deixa de ser património dos seus criadores.

A língua serve para a comunicação e entendimento inter pares. Mas com a sua expansão geográfica e propagação entre outras étnias, ela serve de elemento aglutinador. A ausência de utilização duma mesma língua cria desconforto e incompreensão mútuos.
Em ambientes bélicos a não utilização duma mesma linguagem (expressão mais abrangente que a designada por língua) é um entrave à pacificação. A falta de conhecimento mútuo duma linguagem comum propicia a desconfiança mútua e a incapacidade de afirmação do poder apaziguador. Um conquistador que não utilize a linguagem dos vencidos nunca irá conseguir afirmar-se como fonte de autoridade. Só poderá mesmo se impôr através da brutalidade da sua superioridade bélica e repressora.

Já à alguns anos que venho criando uma língua de raiz (denominada por Djeyvox). E neste curto espaço de tempo, desde o início da sua criação, já tive de fazer cinco revisões ortográficas. Como uma língua cresce com a evolução do povo que a utiliza, eu tive de vir actualizando o Djeyvox em função do evoluir histórico do povo que o utiliza. Poderemos chamar a isso acordos ortográficos. São necessários e indispensáveis para o desenvolvimento e propagação duma língua.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

O CASO GAY 1

No Princípio era o Verbo. E o Verbo não tinha «o» nem «a», era assexuado.

No Princípio não havia Moral, pois o Verbo não tinha Dogmas. Era amoral.

Depois veio o Judaismo e inventou o Pecado. E na sequência deste veio a Igreja Católica e inventou os Sete Pecados Capitais (aos quais não é feita referência alguma na Bíblia), tratando desde logo de disseminar sofregamente a praga da auto-condenação pelo Mundo. E satisfeita com a sua perversa criação (mais uma das inúmeras falácias da Igreja) dedicou toda a sua existência a condenar tudo aquilo que não lhe fosse favorável. E ainda assim prossegue, cada vez mais encarniçada.
E pelo meio disto tudo veio um tal Saulo, que se passou a chamar de Paulo e a bronca começou. Porque não há pior homofóbico que uma bicha-arreprendida e não assumida. É ele o vírus responsável pela degeneração em azedume e rancor dos ensinamentos de harmonia e compaixão do Cristo, dando assim origem ao cristianismo dogmático e sectário.

E no início a Humanidade era livre de sentir e viver, pois era mais natural. E a Natureza não é dogmática, nem moralista, nem condenadora. A Natureza não julga!!! Por isso é Perfeita.

E no início quando dois humanos se enamoravam e procuravam satisfazer fisicamente a sua líbido faziam-no sem observar o «o» ou «a» mútuos, pois o seu Prazer ainda não havia sido nomeado de Sexualidade, nem esta havia sido catalogada em várias designações. E assim não havia Heterossexualidade, nem Bissexualidade, nem Homossexualidade.

Os Helénicos (Gregos) antigos, praticantes duma livre procura de prazer inter pares, nem tinham designação para tal prática por ser demais óbvia e natural (a tal ponto que era tradição quase institucional). Só depois quando foram diabolizados, ou melhor dizendo cristianizados por Paulo de Tarso, os Helenos descobriram que afinal viviam em pecado de sodomia. Oh!!!...

E depois do início veio a padronização da heterossexualidade e a sua proliferação por todo Mundo, pois nos conceitos de dominação e ocupação territorial da organização das sociedades pós-tribais era necessário a subjugação demográfica pela superioridade étnica (veja-se o exemplo actual do Kosovo). Isso levou à condenação da homossexualidade e perseguição daqueles que a integravam nos seus comportamentos, pois eram vistos como traidores à causa nacional por não procriarem. A estigmatização da homossexualidade trouxe consigo todo o tipo de sevícias oficialmente autorizadas sobre os seus praticantes.

Mas cada vez mais o retorno às origens se verifica. A componente Natural do Ser Humano é progressivamente restaurada pela busca continuada do auto-conhecimento. E assim a androginia é uma tendência evidente na evolução da actual Humanidade. Tanto mental como fisicamente. Já nem para a procriação é necessária a concretização duma cópula heterossexual. Em último desígnio a Humanidade se tornará andrógina.

Explicação da opção rosa na edição do texto:
Os homossexuais eram perseguidos pelo nazismo (embora ela fosse praticada por muitos membros nazis e por membros da infame SS), que os detinha e encarcerava nos campos-de-concentração para extermínio. A cada grupo social vítima do terror nazi era atribuido um simbolo identificador; aos homossexuais foi-lhes ser imposto um triângulo rosa. Daí as comunidades homossexuais terem adoptado o triângulo rosa para seu emblema, como um símbolo de vitória sobre o preconceito e a prepotência opressora.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

BASTA DE HOLOCAUSTO!

Eu tenho sangue judeu. Sou descendente de cristãos-novos, aqueles forçados a renunciarem ao judaismo para que El-Rei D. Manuel I de Portugal pudesse fornicar com uma Princesa espanhola.


Israel e os Judeus e os Judeus e Israel!... Basta! Estou farto!!!

Sim! O insano Hitler exterminou 6 milhões de judeus! Mas não foram apenas judeus que ele perseguiu e chacinou do mesmo modo. E não foi apenas ele a praticar atrocidades nessa mal-contada 2ª Guerra Mundial (porque as guerras são sempre lembradas e relatadas pelos vencedores).

Ninguém quer lembrar os milhões de civis alemães que morreram inocentemente sob os dilúvios de bombas despejadas massivamente pela aviação Aliada sobre as cidades alemães, com o único objectivo de desmoralizar o exército alemão pelo imenso número de baixas. E os milhões de civis também mortos do mesmo modo nas cidades japonesas pela aviação dos USA, com o mesmo propósito. Assim como os infames bombardeamentos atómicos em Hiroxima e Nagasaki, com o pretexto de derrotar um Japão que já estava mais que derrotado. E os Bombardeamentos criminosos com napalm e agente-laranja sobre o Vietename e que ainda hoje, causam tantas vítimas devido aos efeitos genéticos a longo prazo. Também para não esquecer a imediata utilização que os soviéticos fizeram dos campos de concentração nazis, situados nos territórios por eles ocupados, para seguirem as mesmos métodos de perseguição e extermínio contra aqueles que não alinhavam pelo diapasão demoníaco de Estaline.

Mas se o Hitler perseguiu e chacinou judeus, estes aprenderam bem a lição e estão aplicando-a com cínica e sádica minúcia ao povo palestiniano, perseguindo-o não só nos territórios por eles usurpados, como também nos territórios de países vizinhos. E assim conseguiram acicatar a ira do povo islâmico até ao ponto deste se levantar contra eles e todos os que os apoiam (directa ou indirectamente).

Desde quando o facto de ter sido torturado dá direito a torturar? Dede quando o facto de ter sido chacinado dá direito a chacinar? Desde quando a vingança pode ser uma opção política dum regime que se afirma democrático? Desde quando um país que se afirma como democrático pode se arrogar o direito de interferir directa e abusivamente na gestão dum país vizinho, aplicando sobre o povo desse país a brutalidade criminosa da sua mão opressora e despótica? É isso que Israel faz com o povo palestiniano.

Mesmo em termos históricos o povo judáico sempre esteve ligado a actos de barbaridade e vingança. Fazendo verdadeiro juz ao seu patrono, esse arbitrário e dementemente vingativo Anjo de nome Jeová, que os escolheu e nomeou como Povo Eleito. Povo Eleito... Também o Hitler se referia aos arianos como Povo Eleito. A relação entre os judeus e os nazis faz lembrar aqueles desafortunados casamentos que se alimentam e subsistem da sua própria auto-destruição, num cíclo contínuo de violência sem o qual não sabem viver. E agora, os israelitas, levaram para a Palestina esse modelo de relação.


Mais refinado em termos de perversidade temos a opressão e subjugação económica que os países mais ricos exercem sobre os países mais pobres, cuja penúria estimulam sob a capa dum filantropismo cínico de ajudas que não passam de paliativos de uma morte lenta. E esses países ricos denominam-se a si mesmos de nações desenvolvidas e democráticas. Hum... gostava de saber onde fica a relação entre democracia e hipocrisia.

Dizia o sábio: «Quando encontrares um faminto não lhe dês um peixe, ensina-o a pescar.»