A cada nova eleição democrática para novos orgãos governativos, o povo se suspende da expectativa duma redenção que melhore as suas condições de existência. Mas na política não há milagres; muito menos quando é uma política contaminada de invisível ingestão.
Todo o quotidiano da grande política mundial é um mercado de interesses económicos, que nada têm a ver com o bem-estar das populações.
Existem neste mundo de mercado global grandes empresas e consórcios cujo montante de volume de negócios e riqueza, repartida entre os seus administradores, é superior ao PIB de muitos países.
São estes aglomerados económicos supra-governamentais, cúmplices duma estratégia de pura ganância, que controlam os destinos políticos e estratégicos mundiais e que acabam por influir nas políticas governamentais de cada nação, pois cada vez mais os governantes estão reféns da economia global.
É vergonhoso que num planeta rico de recursos haja tanta fome e miséria.
Vivemos numa sociedade neo-esclavagista, em que é dado aos novos-escravos (ler: povo) o direito de elegerem aqueles que sobre si irão aplicar os regimes que os Senhores Obscuramente Invisíveis da Economia ditarem.
Mui grave é ser essa miséria voluntariamente aceite pelas suas próprias vítimas, pela sua persistência numa ostensiva e voluntária ignorância.
Quando um povo se refugia atrás de tradições culturais e religiosas, usando-as como pretexto para não evoluir, está abrindo caminho para que os oportunistas mais vis e despudoradamente criminosos se utilizem delas para os seus paranóicos interesses de poder e ganância.