«One World, One Dream», «Um Mundo, Um Sonho» este o lema das Olimpíadas de 2008 de Pequim. A ideia subjacente à concepção organizativa do evento.
E o sonho é fazer deste planeta um mundo único, com uma humanidade apenas. Uma ideia de comunhão e de união pacificadora, muito desejável.
Uma ideia assaz muito querida aos revolucionários da Internacional-Socialista: a unificação dos povos em torno dum ideal comum.
Mas vivemos na era da crise dos idealismos e das idealogias. A massificação trouxe em si o seu antídoto; a individualização. Ao evoluirmos para uma maior proximidade entre todos, criando condições para mais fáceis modos de comunicação e deslocamento, criámos também a possibilidade dum confronto generalizado de todos com as diferenças existentes entre todos. Isso remete o indivíduo à sua singularidade. E essa remissão é mal querida pelos ideais hegemónicos nacionalistas.
A facilitação do contacto global leva cada indivíduo a confrontar-se com outros modos e outros saberes, permitindo-lhe assim questionar-se sobre qual o seu papel no contexto social em que se encontra. Só que agora o contexto social alargou-se para além da sua casa, do seu bairro, da sua cidade, do seu país. Agora, todo aquele que tem acesso aos meios mais modernos de comunicação, é um cidadão do mundo. Através da internet cada um de nós consegue instantaneamente ficar em contacto com algum antípoda desconhecido, com uma tradição e cultura diametralmente opostos.
Ainda e sempre, a omnipresente ideia da globalização. Vivemos na era da globalização. E se para uns esta palavra é aterradora, para outros ela é apetecivelmente inspiradora ($proveitosa$).
A ideia da universalidade, da inter-nacionalidade, da comunhão entre nações, povos e indivíduos. Poderá parecer utópico, mas para lá caminhamos. Devagar e enviesadamente, mas caminhamos.
Vivemos na era da comunicação fácil e das deslocações rápidas. Numa questão de horas voamos dum continente a outro, ficando perante pessoas com outros costumes e com outros hábitos.
As comunicações facilitadas pela rede mundial de internet permitem o acesso instantâneo entre pessoas que vivem nos antípodas uma da outra, pessoas com culturas e tradições diferentes, pessoas com condições sociais diferentes, pessoas com objectivos e ambições diferentes, pessoas com similaridades também. Isso possibilita o entendimento e aceitação do diferente. Permite a troca de ideias e a desmistificação do «estrangeiro».
Afinal todos nós somos «pessoas», somos humanos. Todos procuramos viver segundo as nossas expectativas. E cada vez mais essas expectativas se vão assemelhando entre os habitantes das mais longínquas partes do globo.
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6 comentários:
ManDrag
A globalização seria decerto mais globalizante, se promovesse a instrospecção da condição humana, sempre prioritária sobre todas as coisas.
O mundo está actualmente tão desprovido de sentido, que vivemos solitários, no meio da multidão.
Um abraço, de dentro para fora.
ManDrag
Apesar de eu ser uma pessoa optimista não sei se consigo acreditar nesse sonho tão grande. Mesmo os sonhos têm prós e contras e o que mais me assusta, nesta aproximação globalizante entre os povos, é a perda da identidade cultural que torna a diversidade um motor de riqueza e de desenvolvimento.
O excesso de padronização torna-se redutor empobrecendo e subjugando os mais fracos à etnocentria dos privilegiados.
Abraço
"Poderá parecer utópico, mas para lá caminhamos. Devagar e enviesadamente, mas caminhamos."
Assim me parece ser também. Abraço.
Salve! Paulo
Entendo o teu ponto de vista. Mas eu vejo nessa individualização e na confrontação com o «diferente» a oportunidade para o indivíduo promover essa introspecção.
E sim, a evolução humana segue no sentido de sermos um entre muitos.
O abraço de solitário para solitário.
Salutas!
Salve! Lídia
Reconheço as tuas preocupações, mas é na perda da identidade grupal (cultural/tradicional/nacional) que se ganha a identidade individual; essa muito mais enriquecedora e profícua em criatividade na diversidade, pois não há dois indivíduos iguais.
Se todos nos reconhecessemos como indivíduos, assumindo-o em consciência, este mundo talvez fosse bem mais iqualitário e, menos «dog eat dog» (desculpa o uso da expressão no original anglófono).
Serei utópico? Não me importo de o ser.
Abraço.
Salutas!
Salve! Luis
Pois é, Irmão. Teremos de ter muita paciência ainda, não é? Mas sabemos que lá chegaremos.
Abraço.
Salutas!
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