sexta-feira, 21 de março de 2008

EDUCAÇÃO

Tão diversificado é este mundo...!
Tanto mais evidente essa diversidade quando nos introduzimos num avião e após umas horas de clausura desembocamos num ambiente diferente, com gentes diferentes e fazeres também diversos dos que nos habituámos no nosso quotidiano. Outros costumes, outros humores, outros linguajares, enfim tudo aquilo que define a cultura dum povo. E é a cultura que mantém um povo coeso e lhe proporciona a identificação mútua que permite o estabelecimento de regras básicas para uma existência comum. A perpetuação dessas práticas é a Tradição.
Nos dias de globalização que vivemos, em que facilmente estabelecemos contacto directo ou virtual com alguém em qualquer ponto do planeta, o confronto desses conhecimentos e procedimentos vai-se esbatendo num modelo que se propaga uniformemente como uma praga. É o fim das tradições, com todas as implicações que isso traz e que nem sempre são desejáveis.
Por esse mundo fora uma palavra se propaga: Democracia. Como se ela fosse um direito universal e quase um dever, a que todas as sociedades deve ser imposto. Mas ninguém explica a ninguém o que é democracia. Talvez porque ninguém o saiba ao certo. ...pronto, alguns poucos o saberão... admito.
Por esse mundo fora todos reivindicam direitos. Todos têm direitos; humanos, animais, vegetais, minerais, virtuais... Qualquer partícula de existência tem direitos. Mas estaremos todos conscientes do que implica todos terem direitos? NÃO!!! Não estamos todos conscientes disso! E porquê?! Por uma razão muito simples: Falta de Educação!
Este mundo carece de educação. Em todos os estratos e grupos sociais. É um mal deste mundo que pretende acelerar a sua existência, como se isso o levasse a alcançar os mais elevados padrões de vida. Este mundo cada vez mais urbano. Este mundo que esquece que a urbanidade sofre dum equilíbrio muito frágil e susceptível, pelo que os indivíduos que o compõem devem ter uma preparação cívica altamente esmerada.
Muito se fala em sociedades desenvolvidas, em vias de desenvolvimento, sub-desenvolvidas, terceiro-mundo (mas ninguém me soube ainda explicar quais são o primeiro e o segundo mundos), mas essas definições são sempre atribuidas em função do seu desenvolvimento tecnológico e da riqueza económica dessas sociedades. Bah!... Mais uma estupidez capitalista em que embarcam todos. Até mesmo os auto-denominados anti-capitalistas, mas que se empanzinam dos prazeres e comodidades do capitalismo. Nada mais estúpido que o pretender definir por comparação diferentes modos de viver usando uma mesma bitola. E além de estúpido é criminoso, pois pretende uniformizar aquilo que deveria ser diverso por natureza; a saber os diversos povos e as suas culturas.
Mas como a voracidade da modernidade parece imparável, rendamo-nos a ela. Admitamos que a sua propagação é inevitável. Então tomemos consciência que sendo essa modernidade baseada em princípios democráticos (sejam eles quais forem) é fundamental que aceitemos e aprendamos esses princípios, como condição primordial para depois podermos desfrutar dos direitos e previlégios dessa modernidade-democrática. E aquele que deve ser o primeiro e mais fundamental princípio é o da Educação. Sem ela não é possível uma urbanidade minimamente civilizada.
Para viver em grandes urbes (tal como a realidade presente nos mostra ser o percurso tendencial das sociedades contemporâneas) é fundamental o mais refinado sentido de civismo, só possível através duma exaustiva educação de cada indivíduo, desde a mais tenra idade. E que esse seja um processo contínuo, em que todo o tecido social se empenhe com abnegação e esforço. Doutro modo apenas continuaremos a assistir ao contínuo crescente do caos que mina a segurança e tranquilidade das vidas daqueles que têm que coabitar em verdadeiras e gigantescas colmeias humanas.

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