Experimentou-se a vivência de duas absurdas guerras globais, com todo o seu desfile de horrores e rasto de traumas que perdurarão por gerações, mesmo que dum modo muito subtil. Testemunhou-se também o prolongamento de absurdos conflitos e guerras que em nada contribuíram para a paz e bem viver dos povos que sofreram as suas consequências.
Foi um tempo de inventividade e renovação em que tudo se alterava em catadupa e a uma velocidade estonteante. A tecnologia, mais do que a ciência, entrou mais que nunca no processo de definição do modelo de vida das sociedades e povos.
Foi um desfilar de ascensão e queda de impérios e de consolidação do sistema capitalista, com a sua ditadura de horror económico hegemónico e desumano. O sucesso material foi entendido como valor supremo, sobrepondo-se muitas vezes, senão quase sempre, ao interesse vital e dignidade das gentes.
Assistiu-se ao nascimento e desenvolvimento enviesado duma globalidade erradamente cimentada numa base de massificação intensiva, eliminadora das culturas e idiossincrasias dos diferentes povos e indivíduos, sem lhes permitir e dar uma identidade própria.
Foi um tempo em que se esqueceu a faceta espiritual do ser humano, visando apenas a satisfação de objectivos materiais. Menosprezou-se a formação humana, favorecendo o egoísmo e a ganância ao promover o lucro e a posse como objectivos derradeiros da realização humana.
Abandonou-se o investimento na Educação (a verdadeira Educação e não a capacitação profissional), deixando assim espaço para o desenvolvimento da barbárie violenta que se testemunha diariamente em todos os níveis duma sociedade cada vez mais assimétrica e injusta.
Os sinais estão aí, ao nosso redor, no nosso quotidiano. Estejamos atentos e empenhemo-nos em ler os sinais e lutar por os reverter.
Quero aqui anunciar também que suspendo as minhas publicações neste blog. A partir de agora podereis continuar acompanhando os meus pensamentos e devaneios no Confessium, assim como nos meus outros blogs, cujos endereços podereis encontrar aí ao lado, na margem.
Fiquem em paz e até sempre!