sexta-feira, 1 de maio de 2009

INTELIGÊNCIA E VONTADE

A energia que nos impulsiona enquanto Humanidade em processo evolutivo é essencialmente emocional. Contudo, cada vez mais nos é exigido uma tomada de consciência inteligente para resolução dos desafios que encontramos pelo caminho. Temos uma visão dramática, quando não trágica, do Mundo e da Vida. Mas não tem que ser assim; temos todas as capacidades para alterar o fatalismo duma visão redutora da existência. Apenas temos que aprender a Vontade.

Podemos ter desenvolvido uma civilização tecnologicamente avançada, mas não evoluímos como um todo harmonioso e activamente inteligente. Uma sociedade baseada na autossatisfação dos prazeres básicos não espelha todo o potencial da Humanidade. Um modelo de vida baseado num hedonismo primário e materialista cria um mundo egoísta de corrida ao consumo, gerando desigualdade e injustiça social. Resultado muito pouco satisfatório numa espécie que se afirma como sendo inteligente.

Demasiado dependentes da inserção num grupo social, tornamo-nos descurados com a importância do nosso querer sobre os nossos destinos individuais. Desaprendemos a arte de ser autónomos e conscientes dos rumos que escolhemos. Passamos a ser cordeiros num rebanho, sem vontade própria.

O povo tornou-se ignorante da cultura que o suporta. Isso é a descaracterização do Ser Humano, enquanto agente gerador e gestor de cultura. É a apologia do homem-máquina dos primórdios romanescos da sociedade industrial. 
Um povo inculto é um povo escravo. Apenas o saber é libertador.

6 comentários:

Serginho Tavares disse...

Cabe a cada um de nós buscar esse agente libertador, não é uma tarefa fácil mas é possível.











[te amo]

SILÊNCIO CULPADO disse...

ManDrag

Um texto soberbo que só me apraz aplaudir. Que posso dizer que não tenhas dito?
A liberdade e a harmonia humanas têm que ser encontradas no desprendimento face a um consumo alienatório e na perseverança na conquista de espaços que nos construam preenchendo as nossas insatisfações.
A emoção é o motor da vida que irrompe da sensualidade que nos motiva e faz inovar.
Há que saber gerir o nosso centro de motivações não digo para sermos felizes porque a felicidade é uma palavra vã e inconquistável pela sua transitoriedade mas para sermos o menos infelizes possível e, sobretudo, para nos sentirmos em paz com nós mesmos.

Abraço

Luís Freitas disse...

Texto 5 estrelas. Só um acrescento. É curioso o processo da evolução. Partimos do espírito de rebenho em que experimentamos a noção de pertença ao grupo mas de forma inconsciente, passamos pela fase da 'individualização' em que aprendemos a reflectir por nós próprios, até que retornamos à Unidade, inserimo-nos num todo maior, mas de uma forma consciente e inteligente. E, de forma inteligente, intervimos ajudando os que seguem mais atrás.

Jorge Oyafuso disse...

Oi!

Bem, conheço um caso que condiz muito bem com "pertencer a um rebanho"; perto da Uni9, existem outras faculdades, como FMU, e vários campus; então, nos horários ante e pós aulas, a circulação de estudantes é bem densa.

Quando eu ando sob a multidão, por vezes, nem percebo quando atravesso a rua, nem fico atento aos semáforos; quando vejo pessoas andando na faixa de pedestres, simplesmente ando. É andar no rebanho sem ficar atento ao redor.

As pessoas tendem a viver em sociedade, em rebanhos. Fazendo a coisa certa ou não, todos fazem, como ficar atento ao semáforo de pedestres, ou não.

E outro ponto bastante sedentário da nossa parte, é a busca do que é mais fácil. Inventar a roda, é o primeiro exemplo. Nossas invenções são para facilitar nossas vidas.

Aquele que se atenta a beira da calçada, vê o semáforo antes de atravessar, é um resquício de inteligência. E não posso dizer que sou muito esperto quanto a isso, mas eu diria que é um bom exemplo de como as pessoas se comportam em rebanho.

Ah, sei lá, viajei grandão aqui.

Até mais!

Alexa disse...

Mandrag
Um texto que aplaudo de pé, belissimo .

Apenas o saber é liberdador
senão não seremos mais que tijolos para a parede


um abraço

São disse...

Nem comento, pois já sabes o que penso!
Saudades.