sexta-feira, 27 de março de 2009

SINAIS

Pouco a pouco vamos verificando o aparecimento em cena de uma nova geração de políticos e figuras públicas, com novos ideais e novos modos de abordagem dos problemas. Novas posturas mais humanistas e próximas do cidadão-comum.

Ao dizer isto logo nos ocorre à mente o paradigma da eleição de Barack Obama. Mas cada vez mais a política se estende para além dos gabinetes da governação, deixando de ser um jogo de interesses económico-estratégicos, para assumir um perfil de cuidados sociais e globais protagonizados por figuras mais ou menos públicas, muitas delas com percursos bem afastados dos redis da política.

São os sinais de novos tempos. 
Assistimos ao declínio de uma Era e ao dealbar de outra. Mas nesta nova época novos modelos se impõem. Um novo entendimento do mundo, uma nova forma inclusiva de compreender a Humanidade em toda a sua diversidade e idiossincrasias.

Já não é tempo para nos entretermos com guerras e subjugação de povos, com  o único fito de uma exploração económica imoral e desumana. Já não é tempo para submissões a dogmas políticos, moralistas ou religiosos, que se sobrepõem ao verdadeiro bem-estar do ser humano. 

É tempo de repensar costumes e tradições. É tempo de reinventar a modernidade. É tempo de incorporar a ciência e o conhecimento, nos usos do quotidiano. É tempo de escutar os filósofos e pensadores, aprendendo com eles a ponderar e reflectir.

É tempo de todos assumirmos a nossa maioridade evolutiva. Tempo de assumirmos a responsabilidade individual perante os destinos do mundo em que todos habitamos. Tempo de integrar uma consciência colectiva universalista.

domingo, 15 de março de 2009

DIVAGAÇÃO URBANA 7: CLUSTER URBANO

Vivemos na Era Urbana.

As populações migram das zonas rurais para os grandes centros urbanos, preferencialmente para o litoral. As cidades crescem além do conveniente, tornando-se imensas megalópoles.

Tais megalópoles caracterizam-se por uma região central (correspondendo muitas vezes ao centro histórico originário da urbe), onde se concentram serviços e comércio, assim como algumas das habitações mais caras (visto o elevado preço dos terrenos nessas zonas apetecíveis). Também para o centro convergem todos os transportes urbanos, o que torna o tráfego denso e a circulação difícil. 

Desenvolvem-se então bairros periféricos, irradiando do centro económico e administrativo, que se vão agigantando dum modo mais ou menos caótico, incapacitando a administração central de responder a todas as solicitações de gestão de infra-estruturas e supervisão.

O crescimento das  mega-cidades é demais previsível, nos tempos que correm, pelo que se justifica uma ponderação cuidada na elaboração política de planos de crescimento. Para tal seria necessário repensar o sistema de administração municipal das cidades.

As megalópoles deveriam organizar-se como grandes clusteres de micro-cidades, cada uma com uma administração própria que zelaria pelo bom cumprimento do plano director central. O conjunto de administrações das micro-cidades formariam uma assembleia que agiria em uniformidade com as directrizes do Município Central.
Deste modo seria muito mais fácil o acesso do cidadão aos dirigentes locais e estes estariam mais próximos dos problemas, logo mais conscientes da premência das necessárias intervenções. 

Todas as micro-cidades seriam providas das infra-estruturas necessárias para a satisfação de todos os cuidados básicos das populações, tanto em termos administrativos, como sanitários e educacionais.

Uma boa rede integrada de transportes colectivos serviria para facilitar a comunicação entre as diferentes micro-cidades, evitando a saturação de tráfego no núcleo central da megalópole. 
Do mesmo modo todos deveriam ter possibilidade de emprego na sua própria zona de residência, subtraindo-se assim o pendular movimento populacional quotidiano, evitando todos os seus malefícios, tanto a nível económico como no bem estar humano dos cidadãos, que se sentiriam mais integrados e co-responsáveis pelos ambientes em que viveriam.